Lista de Libri de Aleister Crowley

Uma Introdução às Obras de Kenneth Grant

QUEM FEZ ISSO?

“A palavra de Pecado é Restrição.” — AL I:41

Oficina Da Net Redirecionando

terça-feira, 15 de maio de 2012

Liber DCCCXIII - Ararita

Lorkshem.org
Sigilo da Santa Fraternidade Astrum Argentum

A.·.A.·.
Publicação em Classe A
Imprimatur: N. Fra. A. · . A. · .

I- Aleph

0. Ó meu Deus! Um é Teu Inicio! Um é Teu Espirito Tua Permutação é Una!
1. Deixe me louvar Tuas perfeições ante os homens.
2. Na Imagem da Estrela de Seis Raios que flameja atraves da Cripta inane, deixe me re-velar Tuas perfeições.
3. Tu apareceste a mim como um Deus ancião, um Deus venerável, o Senhor do Tempo, conduzindo uma afiada foice.
4. Tu apareceste a mim como um Deus vivaz e bendito, cheio de Majestade, um Rei, um Pai em sua aurora. Tu carregaste o cetro do Universo, coroado com a Roda do Espiríto.
5. Tu aparecestes a mim com a espada e a lança, um Deus guerreiro em armadura flamejante entre Teus cavalairos.
6. Tu apareceste a mim como um Deus jovem e radiante, um Deus de música e beleza, até mesmo como um jovem deus em sua força, tocando sua lira.
7. Tu apareceste a mim como a espuma branca do Oceano formando um braço mais branco do que a espuma, os braços de milagre das mulheres, quão uma deusa de amor extremo, com uma cinta de ouro.
8. Tu apareceste a mim como um travesso e gracioso jovem, com Teu globo alado e suas serpentes juntas sobre um bastão.
9. Tu apareceste a mim como uma caçadora entre Teus cães, uma deusa casta e virginal, quão a lua entre os destoados carvalhos do bosque do tempo.
10. Mas eu não fui ludibriado por nenhum deles. Todos estes eu arremessei ao lado: Fora! Daquilo tudo , isto desentoava de minha visão.
11. Além disso, eu juntei a Estrela Flamejante e a Estrela de Seis Raios na forja de minha alma e observei! uma nova estrela 418 que esta sobre todas estas.
12. Ainda assim, não fui ludibriado pela coroa de doze raios.
13. E estes doze raios são um.

II- Resh

0. Agora então eu vi estas coisas opostas e más, e elas não eram, mesmo como Tu Não és.
1. Eu vi as cabeças gêmeas que lutavam uma contra a outra, então todos os seus pensamentos são uma confusão. Eu vi a Ti nisto.
2. Eu vi a sabedoria da escuridão, como chimpanzes emitindo sons inarticulados vis e sem sentido. Eu vi a Ti nisto
3. Eu vi as mães devoradoras do Inferno, que comiam suas crianças -- Ó sim aquelas que estão sem entendimento! Eu vi a Ti nisto.
4. Eu vi o impiedoso e o destronado como harpias dilacerando sua comida podre. Eu vi a Ti nisto.
5. Eu vi os incandescentes, gigantes como vulcões arrotando o vomito negro de fogo e fumaça em sua fúria. Eu vi a Ti nisto.
6. Eu vi o insiginificante, o briguento, o egoista, --- eles eram como os homens, Ó Senhor, eles até igualam-se aos homens. Eu vi a Ti nisto.
7. Eu vi os corvos da morte, que voavam com gritos roucos sobre a terra putrefada. Eu vi a Ti nisto.
8. Eu vi espíritos repousando como sapos sobre a terra, e sobre a água, e sobre os traiçoeiros metais que roem lentamente todas as coisas inabitáveis. Eu vi aTi nisto.
9. Eu vi os obscenos, procriadores unidos no abismo da putrefação, que corroíam a as línguas uns dos outros pela dor. Eu vi a Ti neles.
10. Eu vi a Mulher. Ó meu Deus, eu observei a imagem dela, exatamente como uma forma amável que ocultasse um macaco preto, exatamente como uma figura desenhada com sua mãos de pequenas imagens de homens caindo no inferno. Eu a vi da cabeça ao umbigo uma mulher, do umbigo aos seus pés um homem. Eu vi a Ti até mesmo nela.
11. Para mim era a palavra-chave para o Restrito Palácio 418 e minhas as redeas da Carruagem das Esfinges, preta e branca. Mas eu não fui ludibriado por nenhuma dessas coisas.
12. Pois eu a expandi por minha sutileza numa Coroa de Doze Raios.
13. E estes doze raios eram Um.

III- Aleph

0. Disse tu que O Deus é um, Deus é o Um Eterno; não teve Ele qualquer Semelhante, ou qualquer Filho, ou qualquer Companhia. Nada deverá se por ante Sua face.
1. Mesmo que por quinhentas e onze vezes tenha anoitecido por 1 e 40 dias eu gritei em voz alta ao Senhor a afirmação de Sua Unidade.
2. Tambem glorifiquei Sua sabedoria, pela qual Ele fez os mundos.
3. Sim, eu Lhe glorifiquei por Sua inteligível essência, pelo qual o universo tornou-se luz.
4. Eu Lhe agradeci por Seus varios perdões; adorei Sua magnificiência e majestade.
5. Eu tremi diante Seu poder.
6. Eu me deliciei na Harmonia e Beleza de Sua Essência.
7. Em Sua Vitória eu persigui Seus inimigos; sim eu os dirigi precipício a baixo; eu esbravejei atrás deles no mais distante abismo; sim, naquele lugar eu compartihei da gloria do meu Senhor.
8. Seu Esplendor brilhou sobre mim; eu adorei Seu adorável esplendor.
9. Eu descansei, admirando a Estabilidade Dele, como o tremor de Seu Universo, a dissolução de todas as coisas, não deveria mover-Lhe.
10. Sim, em verdade, eu o Senhor Vice-regente de Seu Reino, eu, Adonai, que fala ao meu servo V.V.V.V.V. fiz as regras e governo em Seu lugar.
11. Além disso eu formulei a palavra de duplo poder na Voz do Mestre, comparada à palavra 418.
12. E todas essas coisas não me ludibriaram, pois eu os expandi por minha sutileza numa Coroa de Doze Raios.
13. E estes doze raios eram Um.

IV- Resh

0. Também a pequena criança, o amante de Adonai, inalterável V.V.V.V.V., refletindo a glória de Adonai, elevou sua voz e disse:
1. Glórias para Deus, e damos Graças a Deus! Há um Um Deus solitário, e Deus está superando em grandeza. Ele esta a nossa volta, e não há força a salvo Nele o exaltado, e grande.
2. Assim V.V.V.V.V. tornou-se louco, e foi despido.
3. E todas estas coisas fugiram, pois ele as entendeu por completo, que eles eram nada mais que velhos farrapos diante da Perfeição Divina.
4. Ele também apiedou-se de todos, que eles não eram mais que reflexos distorcidos.
5. Ele tambem os comoveu, para que eles não levassem as regras sobre os justos.
6. Então ele os harmonizou em uma pintura, linda para ser admirada.
7. E tendo assim nos conquistado, houve um certo glamour de santidade até mesmo na esfera vazia de brilho externo.
8. Então tudo aquilo se tornou explendido.
9. E tendo se mantido imutável em ordem e disposição,
10. Ele proclamou a perfeição, a noiva, o deleite de Deus em Sua criação.
11. Mesmo que embora ele trabalhará assim, ele experimentou seu trabalho atraves da Estrela 418.
12. E isso não o ludibriou, pois por sua sutileza ele o expandiu toda em uma Coroa de Doze Raios.
13. E estes doze raios eram Um.

V- Yod

0. No lugar da cruz o ponto indivisível no qual não há pontos nem partes nem magnitude. Nem há realmente posição, estando além do espaço. Nem tem existência em tempo, pois está além do Tempo. Nem tem causa ou efeito, compreendendo que seu Universo é infinito de qualquer maneira, e não toma parte dessas nossos concepções.
1. Então escreveu oumh o Adeptus Exemptus, e a garagalhada do Mestre do Templo não lhe envergonhou.
2. Nem ele se envergonhera, ouvindo as risadas dos cãezinhos do inferno.
3. Pois ele permaneceu em seu lugar, e sua falsidade era verdade em seu lugar.
4. Os cãezinhos não podem corrigí-lo, pois eles nada podem além de latir.
5. Os mestres não podem corrigí-lo, porém eles dizem: Venha e veja.
6. E eu vim e vi, até mesmo eu, Perdurabo, o Philosophus do Colégio Externo.
7. Sim, até mesmo eu o homem contemplou esta maravilha.
8. E eu não poderia liberar isto em mim mesmo.
9. Aquilo que me estabeleceu está invisível e imcompreensível em sua essência.
10. Somente aqueles O conhecem podem ser conhecidos
11. Pois eles têm o gênio da poderosa espada 418.
12. E eles não foram ludibriados por nenhuma destas coisas; pois por sua sutileza eles expandiram tudo nos Doze Raios da Coroa.
13. E estes doze raios são Um.

VI- Tau

0. No fundo mais profundo, no lodo das coisas!
Pai e pai na eterna Expansão do Abismo.
1. A grandiosa deusa que curvou-se sobre o Universo é minha amante; eu sou o globo alado em seu coração.
2. Eu me contraio sempre como ela sempre se dilata.
3. No final tudo isto é um.
4. Nosso amor trouxe ao nascimento o Pai e Criador de todas as coisas.
5. Ele estabeleceu os elementos; o éter, o ar, a água, a terra e o fogo.
6. Ele estabeleceu as estrelas que vaguam no céu em seus cursos.
7. Ele lavrou com sete estrelas de sua Arado, aquelas Sete poderosas que se movem de fato, ainda que sempre apontem para o Imutável .
8. Ele estabeleceu os Oito Cinturões, com os quais ele cerceou os globos.
9. Ele estabeleceu a Trindade dass Tríades em todas as coisas. forçando fogo no fogo, e ordenando todas as coisas no Domicílio Estável dos Reis do Egito.
10. Ele estabeleceu Sua ordem em Seu reino.
11. E també o Pai curvou-seante o Poder da Estrela 418 e assim.
12. Em sua sutileza Ele expandiu tudo nos doze raios da Coroa.
13. E estes doze raios são Um.

VII - Aleph

0. Então no poder do Leão eu formulei para mim mesmo aquele sagrado e disforme fogo קדש, que lança e brilha através da profundezas do Universo
1. Ao toque do Qadosh de Fogo a terra dissolveu-se num licuor clara como água.
2. Ao toque do Qadosh de Fogo a água evaporou-se num ar transparente .
3. Ao toque do Qadosh de Fogo o ar incinerou-se e tornouse Fogo.
4. Ao toque do Qadosh de Fogo, Ó Senhor, o Fogo dissipou-se no Espaço.
5. Ao toque do Qadosh de Fogo, Ó Senhor, o Espaço separou-se em Profundidade da Mente.
6. Ao toque do Qadosh de Fogo a Mente do Pai foi quebrada no no esplendor de nosso Senhor o Sol.
7. Ao toque do Qadosh de Fogo o Esplendor de nosso Senhor foi absorvido no Nada de nossa Senhora do Corpo de Leite das Estrelas.
8. Então somente o Qadosh de Fogo foi extinguido, quando o Entrante foi dirigido de volta a limiar,
9. E o Senhor do Silêncio estava estabelecido sobre a flor de Lotus.
10. Então estava completas tudo aquilos que era para ser completo.
11. E Tudo e Um e Nada estavam mortos na matança do Guerreiro 418,
12. Na matança da sutileza que expandiu todas as coisas em Doze Raios da Coroa,
13. Ele regressou ao Um, e além do Um, mesmo diante da visão do Louco em sua loucura que cantava a palavra Ararita e além da Palavra e o Tolo; sim, além da Palavra e o Louco.

Liber Tau vel Kabbalae Trium Literarum

Lorkshem.org

Sigilo da Santa Fraternidade Astrum Argentum

A.·. A.·.
Publicação em Classe A.
Imprimatur:
N. Fra A.·. A.·.
Liber Tau vel Kabbalae Trium Literarum

Liber A'ash vel Capricorni Pneumatici

Sub Figura CCCLXX

A Interpretação deste Livro será dada aos membros do Grau de Dominus Liminis em aplicação, cada um para o seu Adeptus.
  1. Rugoso Carvalho de Deus! Em teus galhos está o relâmpago aninhado! Acima de ti pende o Falcão Sem Olhos.
  2. Tu és queimado e negro! Supremamente solitário nestes arbustos de mato.
  3. Levanta! As nuvens avermelhadas estão sobre ti! É a tormenta.
  4. Há uma ferida flamejante no céu.
  5. Levanta!
  6. Tu és atirado nas garras da tempestade por um aeon e um aeon e um aeon. Mas tu não dás tua seiva; tu não cais.
  7. Somente no fim tu cederás tua seiva, quando o grande Deus F.I.A.T. for entronado no dia do Sê-Conosco.
  8. Pois duas coisas estão feitas e uma terceira coisa se inicia. Ísis e Osíris cederam ao incesto e ao adultério. Hórus salta triplamente armado do ventre de sua mãe. Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. Set é a sua aliança sagrada, que ele deverá exibir no grande dia de M.A.A.T., que está sendo interpretada o Mestre do Templo da AA, cujo nome é Verdade.
  9. Agora, nisto é o poder mágico conhecido.
  10. É como o carvalho que endurece a si mesmo e se agüenta contra a tempes-tade. Ele é açoitado pela tormenta, e marcado, e seguro como um capitão do mar.
  11. Também se estica como um cão de caça na correia.
  12. Tem orgulho e grande sutileza. Sim, e alegria também!
  13. Que o magus aja assim em sua conjuração.
  14. Que ele se sente e conjure; que ele se contraia nesta força; que ele se erga junto ao inchaço e à tensão; que ele jogue para trás o capuz de sua cabeça e fixe seu olho de basilisco sobre o sigilo do demônio. Então que ele balance a força dele de cá para lá, como um sátiro em silêncio, até que a Palavra explo-da de sua garganta.
  15. Então que ele não caia exausto, embora o poder tenha sido dez mil vezes maior que o humano; mas aquilo que o inunda é a infinita misericórdia do Genitor- Genetrix do Universo, do qual ele é o Vaso.
  16. Não enganes a ti mesmo. É fácil distinguir a força viva da matéria morta. Não é mais fácil distinguir a cobra viva da cobra morta.
  17. Também com relação aos votos. Sê obstinado, e não sejas obstinado. Compreende que a rendição da Yôni é una com alongamento do Lingam. Tu és estes dois; e teu voto é apenas o sussurro do vento sobre o Monte Meru.
  18. Agora tu deves adorar a mim, que sou o Olho e o Dente, o Bode do Espírito, o Senhor da Criação. Eu sou o Olho no Triângulo, a Estrela de Prata que vós adorais.
  19. Eu sou Baphomet, que é a Palavra Óctupla que será equilibrada com o Três.
  20. Não há ato ou paixão que não venha a ser um hino em minha honra.
  21. Todas as coisas sagradas e todas as coisas simbólicas serão meus sacra-mentos.
  22. Estes animais me são sagrados: o bode, e o pato, e o asno, e a gazela, o homem, a mulher e a criança.
  23. Todos os cadáveres me são sagrados; eles não serão tocados, salvo em mi-nha eucaristia. Todos os locais solitários me são sagrados; onde um homem encontrar-se em meu nome, lá Eu saltarei no meio dele.
  24. Eu sou o deus horrível; e quem me domina é mais feio que Eu.
  25. Porém, Eu dou mais que Baco e Apolo; meus presentes excedem a oliva e o cavalo.
  26. Quem me adora deve me adorar com muitos ritos.
  27. Eu estou escondido com todos os esconderijos; quando o Mais Sagrado Ancião é despido e levado pela praça do mercado, Eu ainda sou secreto e apartado.
  28. A quem Eu amo Eu castigo com muitas varas.
  29. Todas as coisas são sagradas a mim; nenhuma coisa é sagrada de mim.
  30. Pois não há santidade onde Eu não estou.
  31. Não temas quando Eu cair na fúria da tormenta, pois meus grãos são sopra-dos para longe pelo vento; e verdadeiramente Eu me erguerei novamente, e minhas crianças ao meu redor, de modo que nós levantaremos nossa floresta na Eternidade.
  32. A Eternidade é a tormenta que me cobre.
  33. Eu sou a Existência, a Existência que não existe salvo por sua própria Exis-tência, que está além da Existência das Existências, e enraizada mais profun-damente que a Árvorede- Coisa-Nenhuma na Terra de Coisa Nenhuma.
  34. Agora, pois, tu sabes quando Eu estou dentro de ti, quando meu capuz está estendido sobre teu crânio, quando meu poder é mais que os Indus encurralados, e irresistível como a Geleira Gigante.
  35. Pois, como tu estás diante de uma mulher lasciva em Tua nudez no bazar, sugado por sua malícia e sorrisos, assim tu estás totalmente, e não mais em parte, diante do símbolo do amado, mesmo que este seja apenas um Pisacha ou um Yantra ou um Deva.
  36. E em tudo tu criarás o Infinito Prazer e o próximo elo da Infinita Corrente.
  37. Esta corrente atinge de Eternidade a Eternidade, sempre em triângulos - não é meu símbolo um triângulo? - sempre em círculos - não é o símbolo do Amado um círculo? Ali todo progresso é vil ilusão, pois todo círculo é seme-lhante e todo triângulo semelhante!
  38. Mas progresso é progresso, e progresso é êxtase, constante, deslumbrante, aguaceiros de luz, ondas de orvalho, flamas do cabelo da Grande Deusa, flores das rosas que estão em torno do pescoço dela, Amen!
  39. Portanto, ergue-te como Eu estou erguido. Contém a ti mesmo, como Eu sou mestre em realizar. No fim, seja o fim tão distante como as estrelas que jazem no umbigo de Nuit; mata-te a ti mesmo, como Eu no fim sou morto, na morte que é vida, na paz que é mãe da guerra, na escuridão que segura a luz em sua mão como uma rameira que puxa uma jóia de suas narinas.
  40. Assim, pois, o começo é deleite, e o Fim é deleite, e deleite está no meio, assim como os Hindus, há água na caverna da geleira, e água entre os grandes montes e os pequenos montes e pelas as plataformas dos montes e pelas planícies, e água na desembocadura disso, quando salta adiante no poderoso mar, sim, no poderoso mar.

Liber Arcanorum

LIBER ARCANORVM των ATV του TAHUTI QUAS VIDIT ASAR IN AMENNTI 
SVB FIGVRÂ CCXXXI 
LIBER CARCERORVM των QLIPHOTH CVM SUIS GENIIS
ADDENTVR SIGILLA ET NOMINA EORVM

Sigilo da Santa Fraternidade Astrum Argentum

Publicação em Classe A

LIBER XXII DOMARUM MERCURII CUM SUIS GENIIS LIBER XXII CARCERORUM QLIPHOTH CUM SUIS GENIIS
compare
א com צ
ב " ג
ג " ב
ד " ע
ה " ח
ו " כ
ז " ד
ח " ה
ט " ש
י " מ
כ " ו
ל " ס
מ " ס
נ " ש
ס " ז
ע " פ
פ " ק
צ " א
ק " פ
ר " ז
ש " ט
ת " ב

LIBER CCXXXI

(Este livro é verdadeiro acima do grau de Adeptus Exemptus. V.V.V.V.V. 8º=3)
  1. A, o coração de IAO, habita em êxtase no local secretos dos trovões. Entre Asar e Asi, ele permanece em gozo.
  2. Os relâmpagos aumentaram e o Senhor Tahuti apareceu. A Vos veio do Silêncio. Portanto, o Um correu e retornou.
  3. Então Nuit velou a si mesma para poder abrir o portão de sua irmã.
  4. A Virgem de Deus está entronada sobre uma concha de ostra; ela é como uma pérola e procura Setenta para o seu Quatro. Em seu coração está Hadit, a glória invisível.
  5. Então Ra-Hoor-Khuit se ergue, e o domínio é estabelecido na Estrela da Chama.
  6. Também é a Estrela da Chama exaltada, trazendo bênçãos para o universo.
  7. Aqui, então, abaixo do Eros alado, está a juventude, deleitando-se no um e no outro.
    Ele é Asar entre Asi e Nephti; ele surge do véu.
  8. Ele monta na carruagem da eternidade; o branco e o negro estão atrelados ao seu carro. Portanto, ele reflete o Louco, e o sétuplo véu revelado.
  9. Também surgiu a mãe Terra com seu leão, igual a Sekhet, a senhora de Asi.
  10. Também velou-se o Sacerdote, para que sua glória não fosse profanada, para que sua palavra não se perdesse na multidão.
  11. Assim, então, o Pai de todos emanou como uma poderosa roda; a Esfinge e o deus-de-cabeça-de-cão e Tifão foram presos à sua circunferência.
  12. Até mesmo a senhora Maat, com sua pena e sua espada, permaneceu para julgar o justo. Pois o Destino fora já estabelecido.
  13. Então o sagrado apareceu na grande água do norte; como uma aurora dourada ele apareceu, trazendo bênção ao universo decaído.
  14. Também Asar estava oculto em Amenti; e os Senhores do Tempo tocaram nele com a foice da morte.
  15. E um poderoso anjo apareceu como uma mulher, derramando frascos de aflição sobre as chamas, iluminando o fluxo puro com seu estigma de maldição. E a iniquidade foi muito grande.
  16. Então o Senhor Khem ergueu-se, Aquele que é santo entre os mais elevados, e fez seu báculo coroado para redimir o universo.
  17. Ele golpeou as torres de lamentação; ele as quebrou em pedaços no fogo de sua ira, de modo que somente ele escapou da ruína desta.
  18. Transformada, a sagrada virgem apareceu como um fogo fluídico, fazendo de sua beleza um trovão.
  19. Por seus feitiços, ela invocou o Escaravelho, o Senhor Keph-Ra, de modo que as águas foram fendidas e a ilusão das torres foi destruída.
  20. Então, o sol apareceu sem nuvens, e a boca de Asi estava sobre a boca de Asar.
  21. Então, também, a Pirâmide foi construída a fim de que a Iniciação fosse completa.
  22. E no coração da Esfinge dançava o Senhor Adonai, em Suas grinaldas e rosas e pérolas, tornando alegre o concurso das coisas; sim, tornando alegre o concurso das coisas.

Os Genii das 22 Escalas da Serpente e das Qliphoth

א Aعu-iao-uعa [ע = ع] Amprodias
ב Beعθaoooabitom Baratchial
ג Gitωnosapωllois Gargophias
ד Dhnaϛartarωθ [ϛ = st] Dagadgiel
ה Hoo-oorω-iϛ Hemethterith
ו Vuaretza — [um nome secreto segue] Uriens
ז Zooωasar Zamradiel
ח Chiva-abrahadabra-cadaxviii Characith
ט Qalعϛer-ā-dekerval. Temphioth
י Iehuvahaϛanعθatan Yamatu
כ Kerugunaviel Kurgasiax
ל Lusanaherandraton Lafcursiax
מ Malai Malkunofat
נ Nadimraphoroiozعθalai Niantiel
ס Salaθlala-amrodnaqعiϛ Saksaksalim
ע Oaoaaaoooع-iϛ A’ano’nin
פ Puraθmetai-apηmetail Parfaxitas
צ Xanθaϛeranϣϙ-iϛ [ϣϙ = sh, q] Tzuflifu
ק QaniΔnayx-ipamai Qulielfi
ר Ra-a-gioselahladnaimawa-iϛ Raflifu
ש Shabnax-odobor Shalicu
ת Thath’th’thithعhuth-thiϛ Thantifaxath

Liber AL vel Legis - O Livro da Lei

sub figura CCXX
tal qual entregue por
XCIII = 418
à
DCLXVI

Sigilo da Santa Fraternidade Astrum Argentum

A.·.A.·.
Publicação em Classe A

O Comento

Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.
O estudo deste livro é proibido.
É prudente destruir esta cópia após a primeira leitura.
Aquele que se interessar o faz por sua própria conta e risco. Estes são terrivelmente medonhos.
Aqueles que discutem os conteúdos deverão ser evitados por todos como focos de pestilência.
Todas as questões da Lei devem ser decididas apenas com apoio em meus escritos, cada qual por si.
Não há lei além de Faze o que tu queres.
Amor é a lei, amor sob vontade.
O sacerdote dos príncipes,
ANKH - F - N - KHONSU

Capítulo I

1. Had a manifestação de Nuit.
2. O desvelar da companhia do céu.
3. Todo homem e toda mulher é uma estrela.
4. Todo número é infinito; não há diferença.
5. Ajude-me, oh guerreiro senhor de Tebas, em meu desvelar diante das Crianças dos Homens.
6. Sê tu Hadit, meu centro secreto, meu coração & minha língua!
7. Vê! é revelado por Aiwass o ministro de Hoor-paar-kraat.
8. O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs.
9. Venerai então ao Khabs, e vede minha luz que irradia sobre vós!
10. Que meus servidores sejam poucos & secretos: eles regerão os muitos e conhecidos.
11. Estes são tolos que os homens adoram; seus Deuses & seus homens são tolos.
12. Aparecei, oh crianças, sob as estrelas, & saciem-se de amor!
13. Eu estou sobre vós e em vós. Meu êxtase está no vosso. Meu prazer é ver vosso prazer.
14. Acima, o gemado azul é
O despido esplendor de Nuit;
Ela se curva em êxtase para beijar
Os secretos ardores de Hadit.
O globo alado, o estrelado azul
São meus, Oh Ankh-af-na-khonsu!
15. Agora vós sabereis que o sacerdote & apóstolo eleito do espaço infinito é o sacerdote-príncipe a Besta; e em sua mulher chamada a Mulher Escarlate está todo o poder dado. Eles reunirão minhas crianças em seu cercado: eles trarão a glória das estrelas para os corações dos homens.
16. Pois ele é sempre um sol, e ela uma lua. Mas para ele é a secreta chama alada, e para ela a descendente luz estrelar.
17. Mas vós não sois assim escolhidos.
18. Queime sobre suas testas, Oh serpente esplendorosa!
19. Oh mulher de pálpebras azuis, curva-te sobre eles!
20. A chave dos rituais está na palavra secreta que eu dei a ele.
21. Com o Deus & o Adorador eu nada sou: eles não me vêem. Eles são como sobre a terra; Eu sou Céu, e não há outro Deus além de mim, e meu senhor Hadit.
22. Agora, portanto, eu sou conhecida por vós por meu nome Nuit, e dele por um nome secreto que eu lhe darei quando enfim me conhecer. Uma vez que eu sou Infinito eSpaço, e as Infinitas eStrelas dali, também fazei vós desta forma. Nada amarreis! Que não haja diferença feita entre vois entre uma coisa e qualquer outra coisa; porque daí vem sofrimento.
23. Mas aquele que se aproveitar disto, que ele seja o chefe de tudo!
24. Eu sou Nuit, e minha palavra é seis e cinquenta.
25. Dividi, somai, multiplicai e entendei.
26. Então, diz o profeta e escravo da bela: Quem sou eu, e qual será o sinal? Então, ela lhe respondeu, curvando-se, uma lambente chama de azul, tudo-tocante, tudo penetrante, suas amáveis mãos sobre a terra negra, & seu corpo flexível arqueado para o amor, e seus pés macios sem machucar as pequenas flores: Tu sabes! E o sinal será meu êxtase, a consciência da continuidade da existência, a onipresença de meu corpo.
27. Então o sacerdote respondeu e disse à Rainha do Espaço, beijando suas amáveis sombrancelhas, e o orvalho de sua luz banhando o corpo dele inteiro em um doce perfume de suor: Oh Nuit, contínua do Céu, que seja sempre assim; que os homens não falem de Ti como Uma mas como Nenhuma, e que eles não falem de ti de modo algum, uma vez que tu és contínua!
28. Nenhuma, respirou a luz, tênue e encantadora, das estrelas, e dois.
29. Pois eu estou dividida pela graça causa do amor, pela chance de união.
30. Esta é a criação do mundo, que a dor da divisão é como nada, e o prazer da dissolução tudo.
31. Por estes tolos dos homens e suas dores não te importes de modo algum. Eles pouco sentem; o que é, é equilibrado por débeis prazeres; mas vós sois meus escolhidos.
32. Obedecei meu profeta! Persegui as ordálias do meu conhecimento! Buscai-me apenas! Então os prazeres do meu amor vos redimirão de toda dor. Isto é assim: eu juro pela abóbada do meu corpo; pelo meu coração e língua sagrados; por tudo que eu posso dar, por tudo que eu desejo de vós todos.
33. Então o sacerdote caiu num profundo transe ou desmaio, & disse a Rainha do Céu; Escreve para nós as ordálias; escreve para nós os rituais; escreva para nós a lei!
34. Mas ela disse: as ordálias eu escrevo não: os rituais serão metade conhecidos e metade escondidos: a Lei é para todos.
35. Isto que tu escreves é o triplo livro da Lei.
36. Meu escriba Ankh-af-na-khonsu, o sacerdote dos príncipes, não mudará em uma letra este livro; mas para que não haja tolice, ele comentará em seguida pela sabedoria de Ra-Hoor-Khu-it.
37. Também os mantras e os encantamentos; o obeah e o wanga; o trabalho da baqueta e o trabalho da espada; estes ele aprenderá e ensinará.
38. Ele deve ensinar; mas ele pode fazer severas as ordálias.
39. A palavra da Lei é Θελημα.
40. Quem nos chama Thelemitas não errará, se ele olhar bem perto na palavra. Pois nela há Três Graus, o Eremita, e o Amante, e o homem da Terra. Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei. .
41. A palavra de pecado é Restrição. Oh Homem! não recuses tua esposa, se ela quer! Oh Amante, se tu queres, parte! Não há laço que possa unir os divididos a não ser o amor:todo o resto é blasfêmia. Maldito! Maldito seja para os eons! Inferno!
42. Deixe estar aquele estado de multiplicipade: atado e repugnante. Assim com tudo seu; tu não tens direito a não ser fazer tua vontade.
43. Faze isto, e nenhum outro dirá não.
44. Pois vontade pura, desembaraçada de propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita.
45. O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois; não, são nenhum!
46. Nada é uma chave secreta desta lei. Sessenta e um os Judeus a chamam; eu a chamo oito, oitenta, quatrocentos e dezoito.
47. Mas eles têm a metade :una por tua arte de forma que tudo desapareça.
48. Meu profeta é um tolo com seu um, um, um; não são eles o Boi, e nenhum pelo Livro?
49. Abrogados estão todos os rituais, todas as ordálias, todas as palavras e sinais. Ra-Hoor-Khuit tomou seu assento no Equinócio dos Deuses; e que Asar fique com Isa, que também são um. Mas eles não são de mim. Que Asar seja o adorante, Isa a sofredora; Hoor, em seu secreto nome e esplendor, é o Senhor iniciando.
50. Há uma palavra a dizer sobre a tarefa Hierofântica. Vide! há três ordálias em uma, e pode ser dada de três modos. O bruto deve passar por fogo; que o fino seja testado no intelecto, e os altivos escolhidos, no mais alto. Desta forma vós tendes estrela & estrela, sistema & sistema; que um não conheça bem o outro!
51. Há quatro portões para um palácio; o chão daquele palácio é de prata e ouro; lapis lazuli & jasper estão lá; e todas as essências raras; jasmim & rosa, e os emblemas da morte. Que ele entre sucessiva ou simultaneamente pelos quatro portões; que ele fique de pé sobre o chão do palácio. Não irá ele cair?Amn. Oh! guerreiro, se teu servo cair? Mas há meios e meios. Sêde vistosos portanto:vesti vós todos em fino vestuário; comei comidas caras e bebei doces vinhos e vinhos que espumam! Também, tomai vossa fartura e vontade de amor como vós quiserdes, quando, onde e com quem vós quiserdes! Mas sempre a mim.
52. Se isto não estiver corretamente, se vós confundirdes as demarcações dizendo: Elas são uma; ou dizendo, Elas são muitas; se o ritual não for sempre a mim:então aguardai os terríveis julgamentos de Ra Hoor Khuit!
53. Isto regenerará o mundo, o mundozinho minha irmã, meu coração & minha língua, a quem eu mando este beijo. Também, oh escriba e profeta, embora tu sejas dos príncipes, isto não lhe satisfaz nem absolve. Mas êxtase seja teu e a alegria da terra: sempre A mim, A mim .
54. Não mudes sequer o estilo de uma letra; pois vêde! tu, oh profeta, não contemplarás todos estes mistérios aqui escondidos.
55. A criança de tuas entranhas, ele os contemplará.
56. Não o espere do Leste, nem do Oeste; pois de nenhuma casa esperada vem esta criança . Aum! Todas as palavras são sagradas e todos os profetas verdadeiros; ressalvado apenas que eles entendem um pouco; resolvem a primeira metade da equação, deixam a segunda intocada. Mas tu tens tudo na luz clara, e alguns, embora não todos, no escuro.
57. Invoque-me sob minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob vontade. Que nem os tolos confundam o amor; porque há amor e amor. Há a pomba, e há a serpente. Escolhei vós bem! Ele, meu profeta escolheu, conhecendo a lei da fortaleza, e o grande mistério da Casa de Deus. Todas estas velhas letras do meu Livro estão corretas; mas צ não é a Estrela. Isto também é secreto: meu profeta o revelará aos sábios.
58. Eu dou alegrias inimagináveis na terra: certeza, não fé, enquanto em vida, sobre a morte; paz indizível, descanso, êxtase; nem eu exijo nada em sacrifício.
59. Meu incenso é de madeiras resinosas & gomas; e não há sangue aí:por causa de meu cabelo as árvores da Eternidade.
60. Meu número é onze, como todos os números deles que são de nós . A Estrela de Cinco Pontas, com um Círculo no Meio, & o círculo é Vermelho. Minha cor é preta para o cego, mas azul e ouro são vistos pelos videntes. Também eu tenho uma glória secreta para aqueles que me amam.
61. Mas amar-me é melhor que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu presentemente queimas meu incenso diante mim, invocando-me com um coração puro, e a chama da Serpente ali dentro, tu virás um pouco recostar-te em meu seio. Por um beijo tu quererais então dar tudo; mas aquele que der uma partícula de pó tudo perderá naquela hora. Vós reunireis mercadorias e quantidades de mulheres e especiarias; vós usareis ricas jóias; vós excedereis as nações da terra em esplendor & orgulho; mas sempre no meu amor, e então vós vireis à minha alegria. Eu vos exorto seriamente a que venhas diante de mim em um único robe, e coberto com uma rica tiara. Eu te amo! Eu te desejo! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, eu que sou todo prazer e púrpura, e embriaguez do sentido mais íntimo, te desejo. Ponha as asas, e desperte o esplendor serpentinado dentro de vós: vinde a mim!
62. Em todos os meus encontros convosco a sacerdotiza dirá - e seus olhos queimarão de desejo enquanto ela permanece de pé núa e regozijando em meu templo secreto - A mim! A mim! expandindo a chama dos corações de todos em seu cântico de amor.
63. Cante a rapturosa canção de amor a me! Queime perfumes a me! Use jóias a me! Beba a mim, porque eu te amo! Eu te amo!
64. Eu sou a filha de pálpebras azuis do Crepúsculo; Eu sou o brilho nú do voluptuoso céu noturno.
65. A mim! A mim!
66. A manifestação de Nuit está no fim.

Capítulo II

1. Nu! o esconder de Hadit.
2. Vinde! todos vós, e aprendei o segredo que ainda não foi revelado. Eu, Hadit, sou o complemento de Nu, minha noiva1. Eu não sou estendido, e Khabs é o nome de minha Casa.
3. Na esfera eu em toda parte sou o centro, uma vez que ela, a circunferência, é em lugar algum encontrada.
4. No entanto ela deverá ser conhecida & eu nunca.
5. Vide! os rituais da velha era são negros. Que os maus sejam abandonados; que os bons sejam expurgados pelo profeta! Então este Conhecimento seguirá de forma correta.
6. Eu sou a chama que queima em todo coração do homem, e no âmago de toda estrela. Eu sou a Vida, e o doador da Vida, também, portanto, o conhecimento de me é o conhecimento da morte.
7. Eu sou o magista e o Exorcista. Eu sou o eixo da roda, e o cubo no círculo. "Vinde a mim" é uma palavra tola: pois sou Eu quem vou.
8. Quem adorou Heru-pa-kraath adorou-me; errado, porque eu sou o adorante.
9. Lembrai todos vós que a existência é pura alegria; que todas as tristezas não passam de sombras; elas passam & se vão; mas há aquilo que permanece.
10. Oh profeta! tu tens má vontade em aprender este escrito.
11. Eu o vejo odiar a mão & a pena; mas Eu sou mais forte.
12. Por causa de mim em Ti que você não conhecestes.
13. Por quê? Porque tu fostes o conhecedor, e eu.
14. Agora que haja um velar deste santuário: agora que a luz devore os homens e os engula totalmente com cegueira!
15. Pois eu sou perfeito, sendo Não ; e meu número é nove pelos tolos; mas com o justo eu sou oito, e um em oito: O que é vital, porque eu sou nada em verdade. A Imperatriz e o Rei não são de mim; pois há um segredo adiante.
16. Eu sou a Imperatriz & o Hierofante. Logo onze, como minha noiva é onze.
17. Ouçam-me, vós que suspirais! As dores de pena infinda Queda aos mortos e mortais, Quem não me conhece ainda.
18. Estes são mortos, estes sujeitos; eles não sentem. Nós não somos para os pobres e tristes: os senhores da terra são nossos parentes.
19. Um Deus há de viver em um cão? Não, mas os mais elevados são dos nossos. Eles se regogizarão, nossos escolhidos: quem se lamenta não é dos nossos.
20. Beleza e vigor, riso exaltado e delicioso langor, força e fogo, são dos nossos.
21. Nós não temos nada com o proscrito e o incapaz: deixái-os morrer em sua miséria. Pois eles não sentem. Compaixão é vício de reis: pisa o infeliz & o fraco: esta é a lei do forte: esta é a nossa lei e a alegria do mundo. Não penses, oh rei, sobre aquela mentira: Que Tu Deves Morrer: em verdade, tu não morrerás, mas viverás. Agora, que seja compreendido: Se o corpo do Rei dissolver, ele permanecerá em puro êxtase eternamente. Nuit! Hadit! Ra-Hoor-Khuit! O Sol, Força e Visão, Luz; estes são para os servos da Estrela e da Cobra.
22. Eu sou a Cobra que dá Conhecimento e Deleite e glória brilhante, e incito os corações dos homens com embriaguez. Para adorar-me tomai vinho e estranhas drogas a respeito das quais Eu direi a meu profeta, & ficai bêbados deles! De forma alguma eles vos causarão mal. É uma mentira, esta insensatez contra si. A exposição da inocência é uma mentira. Seja forte, oh homem! Luxúria, aproveite todas as coisas do sentido e arrebatamento: não temais que algum Deus o negará por isso.
23. Eu sou só: não há nenhum Deus onde Eu sou.
24. Olhai! estes são graves mistérios; pois também há dos meus amigos que são eremitas. Agora não penseis em encontrá-los na floresta ou na montanha; mas em camas púrpuras, acariciados por magníficas mulheres bestiais com grandes membros, e fogo e luz em seus olhos, e cabelos volumosos e flamejantes em torno delas; lá vós os encontrareis. Vós os vereis no comando, em exércitos vitoriosos, em todo o prazer; e haverá neles uma alegria um milhão de vezes maior que esta. Cuidado para que um não force o outro, Rei contra Rei! Amem-se uns aos outros com corações ardentes; nos homens inferiores pisai na feroz ganância de seu orgulho, no dia de sua fúria.
25. Vós sois contra o povo, Oh meus escolhidos!
26. Eu sou a Serpente secreta enroscada a ponto de saltar: em meu enroscar há alegria. Se eu ergo minha cabeça, eu e minha Nuit somos um. Se eu pendo minha cabeça, e ejaculo veneno, então é arrebatamento da terra, e eu e a terra somos um.
27. Há um grande perigo em mim; pois quem não entende estas runas cometerá um grande erro. Ele cairá no abismo chamado Porque, e lá ele perecerá com os cães da Razão.
28. Agora uma maldição sobre Porque e sua família!
29. Possa Porque ser amaldiçoado para sempre!
30. Se a Vontade para e clama Por quê, invocando Porque, então a Vontade para & nada faz.
31. Se o Poder pergunta por quê, então o Poder é fraqueza.
32. Também a razão é uma mentira; pois há um fator infinito e desconhecido; & todas as suas palavras são meandros.
33. Basta de Porque! Seja ele danado como um cão!
34. Mas vós, oh meu povo, levantai & despertai!
35. Que os rituais sejam corretamente executados com alegria & beleza!
36. Há rituais dos elementos e festas das eras.
37. Uma festa para a primeira noite do Profeta e sua Noiva!
38. Uma festa pelos três dias de escritura do Livro da Lei.
39. Uma festa para Tahuti e a criança do Profeta - secreta, oh Profeta!
40. Uma festa para o Supremo Ritual, e uma festa para o Equinócio dos Deuses.
41. Uma festa para o fogo e uma festa para a água; uma festa para a vida e uma festa maior para a morte!
42. Uma festa todo dia em seus corações na alegria de meu arrebatamento.
43. Uma festa toda noite para Nu, e o prazer do deleite extremo.
44. Sim! Festejai! Regozijai! Não há pavor no além. Há a dissolução, e êxtase eterno nos beijos de Nu.
45. Há morte para os cães.
46. Tu fracassas? Te lamentas? Há medo em teu coração?
47. Onde Eu estou estes não estão.
48. Não te apiedes dos caídos! Eu nunca os conheci. Eu não sou para eles. Eu não consolo: Eu odeio o consolado & o consolador.
49. Eu sou único & conquistador. Eu não sou dos escravos que perecem. Sejam eles danados & mortos! Amém. (Isto é dos 4: há um quinto que é invisível, & nisto eu estou como um bebê num ovo).
50. Azul sou Eu e ouro na luz de minha noiva: mas o brilho vermelho está em meus olhos; & minhas escamas são púrpura & verde.
51. Púrpura além do púrpura: é a luz acima da visão.
52. Há um véu: este véu é negro. É o véu da mulher modesta; é o véu da tristeza, & a mortalha da morte: nada disto é de mim. Arrancai aquele espectro mentiroso dos séculos: não veleis vossos vícios com palavras virtuosas: estes vícios são meu serviço; fazei vós bem, & eu vos recompensarei aqui e no além.
53. Não tema, oh profeta, quando estas palavras forem ditas, tu não deverás te lamentar. Tu és enfaticamente meu escolhido; e abençoados são os olhos que tu contemplares com alegria. Mas eu te esconderei numa máscara de tristeza: eles que te virem recearão que tu estás caído: mas Eu te ergo.
54. Nem irão eles que bradam suas tolices de o que tu dizes de nada serve; tu o revelarás: tu vales: eles são os escravos de porque: Eles não são de mim. Os pontos como tu quiseres; as letras? não as mude em estilo ou valor!
55. Tu obterás a ordem & o valor do Alfabeto Inglês; tu encontrarás novos símbolos em que os atribuir.
56. Fora! vós zombadores, embora vós rides em minha honra vós não rireis por muito tempo: então quando vós estiverdes tristes sabei que Eu vos abandonei.
57. Aquele que for virtuoso será virtuoso ainda; aquele que for imundo será imundo ainda.
58. Sim! não considereis mudança: vós sereis como vós sois, & não outro. Portanto os reis da terra serão Reis para sempre: os escravos servirão. Não há ninguém que será rebaixado ou exaltado: tudo é sempre como foi. Entretanto há os meus servos disfarçados: pode ser que aquele mendigo adiante seja um Rei. Um Rei pode escolher sua vestimenta como ele quiser: não há teste seguro: mas um mendigo não pode esconder sua pobreza.
59. Cuidado portanto! Ama a todos, pois pode ser que haja um Rei escondido! Dizes assim? Tolo! Se ele for um Rei, tu não podes machucá-lo.
60. Portanto golpeie forte & baixo, e para o inferno com eles, mestre!
61. Há uma luz ante teus olhos, oh profeta, uma luz indesejada, muito desejável.
62. Eu estou erguido em teu coração; e os beijos das estrelas chovem forte sobre teu corpo.
63. Tu estás exausto na voluptuosa plenitude da inspiração; a expiração é mais doce do que a morte, mais rápida e agradável do que uma carícia do próprio verme do Inferno.
64. Oh! tu estás derrotado: nós estamos sobre ti; nosso deleite é todo sobre ti: salve! salve! profeta de Nu! profeta de Had! profeta de Ra-Hoor-Khu! Agora regozije! agora venha em nosso esplendor & arrebatamento! Venha em nossa paz ardente, & escreva doces palavras para os Reis!
65. Eu sou o Mestre: tu és O Santo Escolhido.
66. Escreve & encontra êxtase na escrita! Trabalha, & seja nossa cama no trabalho! Vibra com a alegria da vida & morte! Ah! tua morte será amável: quem a vir ficará satisfeito. Tua morte será o selo da promessa de nosso duradouro amor. Venha! erga teu coração & regozije! Nós somos um; nós somos nenhum.
67. Aguenta! Aguenta! Suporta em teu arrebatamento; não caias no desmaio dos beijos excelentes!
68. Mais firme! Aguenta a ti mesmo! Levanta tua cabeça ! não respires tão fundo, morre!
69. Ah! Ah! O que sinto eu? Está a palavra exausta?
70. Há ajuda & esperança em outros encantamentos. Sabedoria diz: sê forte! Então tu podes suportar mais prazer. Não sejas animal; refina teu êxtase! Se tu bebes, bebe pelas oito e noventa regras de arte: se tu amas, excede pela delicadeza; e se tu fazes qualquer coisa de prazeiroso, que haja fineza nisto!
71. Mas excede! excede!
72. Luta sempre por mais! e se tu és verdadeiramente meu - e não duvides disso, e se tu és sempre contente! - morte é a coroa de tudo.
73. Ah! Ah! Morte! Morte! tu ansiarás pela morte. Morte é proibida, oh homem, para ti.
74. A duração de tua ânsia será a força da glória desta. Aquele que vive longamente & deseja muito a morte é sempre o Rei entre os Reis.
75. Sim! ouça os números & as palavras:
76. 4 6 3 8 A B K 2 4 A L G M O R 3 4 X 24 89 R P S T O V A L. O que isto significa, oh profeta? Tu não sabes; nem tu jamais saberás. Lá vem um para te suceder: ele irá esclarecê-lo. Mas lembra, oh escolhido, de ser-me; de seguir o amor de Nu no céu estrelado; de olhar adiante sobre os homens, de dizer a eles a feliz palavra.
77. Oh sejas tu orgulhoso e poderoso entre os homens!
78. Ergue-te! pois não há nenhum como a ti entre os homens ou entre os Deuses! Ergue-te, oh meu profeta, tua estatura ultrapassará as estrelas. Elas adorarão teu nome, quadrangular, místico, maravilhoso, o número do homem; e o nome da casa é 418.
79. O fim do esconder de Hadit; e benção & adoração ao profeta da amável Estrela!

Capítulo III

1. Abrahadabra; a recompensa de Ra Hoor Khut.
2. Há divisão aqui rumo à terra natal; há uma palavra não conhecida. Soletrar está defunto; tudo não é qualquer coisa. Cuidado! Espere! Erija a magia de Ra-Hoor-Khuit.
3. Agora que seja primeiro entendido que eu sou um deus de Guerra e Vingança. Eu lidarei duramente com eles.
4. Escolhei vós uma ilha!
5. Fortificai-a!
6. Adubai-a com maquinaria de guerra!
7. Eu vos darei uma máquina de guerra.
8. Com ela vós derrotareis os povos; e nenhum ficará diante de vós.
9. Espreitai! Retirai-vos! Atacai-os! esta é a Lei da Batalha da Conquista: então minha adoração será pela minha casa secreta.
10. Pegai a própria estela da revelação: colocai-a em teu templo secreto - e este templo já está corretamente disposto - & será vosso Kiblah para sempre. Não irá desbotar, mas cor milagrosa voltará a ele dia após dia. Fechai-o em uma redoma de vidro como uma prova para o mundo.
11. Esta será tua única prova. Eu proibo argumento. Conquiste! Isto é suficiente. Eu facilitarei para ti a abstruição da casa mal-ordenada na Cidade Vitoriosa. Tu mesmo a conduzirás, oh profeta, embora tu não gostes. Tu terás perigo & problema. Ra-Hoor-Khu está contigo. Adora-me com fogo & sangue; adora-me com espadas e com lanças. Que a mullher seja cingida com uma espada diante de mim: que o sangue flua em meu nome. Pisa no Pagão; sê sobre eles, oh guerreiro, eu te darei de suas carnes para comer!
12. Sacrifique gado, pequeno e grande: depois uma criança.
13. Mas não agora.
14. Vós vereis aquela hora, oh Besta abençoada, e tu a Concubina Escarlate do desejo dele!
15. Vós vos entristecereis daí.
16. Não considereis avidamente demais em conquistar as promessas; não temais se submeter as maldições. Vós, mesmo vós, não conheceis este significado todo.
17. De todo não temais; não temais nem homens nem Destinos, nem deuses, nem nada. Dinheiro não temais, nem escárnio da tolice popular, nem qualquer outro poder no céu ou sobre a terra. Nu é teu refúgio assim como Hadit tua luz; e Eu sou a potência, força, vigor, de seus braços.
18. Que a piedade esteja fora: malditos aqueles que se apiedam! Matai e torturai; não vos modereis; sede sobre eles!
19. Aquela estela eles chamarão de Abominação da Desolação; conte bem seu nome, & será para ti como 718.
20. Por quê? Por causa da queda de Porque, que ele não está lá novamente.
21. Eriji minha imagem no Leste; tu comprarás para ti uma imagem que Eu te mostrarei, especial, não semelhante a que tu conheces. E será subitamente fácil para ti fazê-lo.
22. As outras imagens amontoai em meu redor para me sustentar: deixai todas serem adoradas, pois elas se agruparão para me exaltar. Eu sou o objeto visível de adoração; os outros são secretos; para a Besta & sua Noiva são eles; e para os vencedores do Ordálio x . O que é isto? Tu saberás.
23. Para perfume misture farinha & mel & grossas folhagens de vinho vermelho: então óleo de Abramelim e óleo de oliva, e depois amoleça e amacie com rico sangue fresco.
24. O melhor sangue é o da lua, mensal: então o sangue fresco de uma criança, ou pingando da hóstia do céu: então de inimigos; então de um sacerdote ou dos adoradores: por fim de alguma besta, não importa qual.
25. Isto queimai: disto fazei bolos & comei para mim. Isto tem também um outro uso: que seja colocado ante de mim, e engrossado com perfumes de teu culto: ficará cheio de besouros, tal como ele estava, e coisas sagradas rastejantes a mim.
26. Estes assassine, nominando teus inimigos; & eles cairão a tua frente.
27. Também estes gerarão desejo e poder de desejo em ti no comer deles.
28. Também vós sereis fortes na guerra.
29. Além disso, sejam eles longamente mantidos, é melhor; por eles expandi com minha força. Tudo diante de mim.
30. Meu altar é de aberto trabalho metálico: queimai sobre ele em prata ou ouro!
31. Virá um rico homem do Oeste que despejará ouro sobre ti.
32. De ouro molde aço!
33. Esteja pronto para voar ou golpear.
34. Mas teu local sagrado será intocado através dos séculos: embora com fogo e espada seja incendiado & despedaçado, ainda assim uma casa invisível lá permanece, e permanecerá até a queda do Grande Equinócio; quando Hrumachis surgir e o de dupla-baqueta assumir meu trono e lugar. Um outro profeta se levantará, e trará nova febre dos céus; uma outra mulher despertará a luxúria e adoração da serpente; uma outra alma de Deus e besta se mesclarão no sacerdote globado; um outro sacrifício maculará o túmulo; um outro rei reinará; e benção não mais será derramada Ao Místico Senhor de cabeça de Falcão!
35. A metade da palavra de Heru-ra-ha, chamado Hoor-pa-Kraat e Ra-Hoor-Khut.
36. Então disse o profeta a Deus:
37. Eu te adoro na canção -
Eu sou o Senhor de Tebas, e eu
O vate inspirado de Mentu.
Para mim desvela o véu do céu,
O sacrificado Ankh-af-na-khonsu
Cujo verbo é lei. Deixa que eu incite
Tua presença aqui, Ó Ra-Hoor-Khuit!
Ultimal Unidade demonstrada!
Adoro Teu poder, Teu sopro forte,
Deus terrível, suprema flor do nada,
Que fazes com que os deuses e que a morte
Tremam diante de Ti:
Eu, Eu adoro a ti!
Aparece no trono de Ra!
Abre os caminhos do Khu!
Ilumina os caminhos do Ka!
Nas rotas do Khabs sê tu,
Para mover-me ou parar-me!
Aum! enche meu carme!
38. De forma que tua luz está em mim; & sua flama rubra é como uma espada em minha mão para empurrar tua ordem. Existe uma porta secreta que Eu farei para estabelecer tua rota em todos os quadrantes (estas são as adorações, como tu escreveste), como é dito:
É minha a luz; faz que eu me vá
Com os seus raios. Sou o autor
De oculta porta ao Lar de Ra
E Tum, de Khephra e de Ahathoor.
Eu sou teu Tebano, Ó Mentu,
O profeta Ankh-af-na-khonsu!
Por Bes-na-Maut bato no peito;
E por Ta-Nech lanço o feitiço.
Brilha, Nuit, ó céu perfeito!
Alada cobra, luz e viço,
Abre-me tua Casa, Hadit!
Mora comigo, Ra-Hoor-Kuit!
39. Tudo isto e um livro para dizer como tu chegaste aqui e uma reprodução desta tinta e papel para sempre - pois nisto está a palavra secreta & não apenas no Inglês - e teu comento sobre este o Livro da Lei será impresso belamente em tinta vermelha e negra sobre belo papel feito à mão; e a cada homem e mulher que tu encontras, fosse apenas para jantar ou beber a eles, esta é a Lei a dar. Então talvez eles decidam permanecer nesta felicidade ou não; não tem importância. Faze isto rápido!
40. Mas o trabalho do comento? Aquilo é fácil; e Hadit ardendo em teu coração fará célere e segura tua pena.
41. Estabelece em tua Kaaba um escritório; tudo deve ser bem feito e com jeito de negócios.
42. Os ordálios tu fiscalizarás tu mesmo, salvo apenas as cegas. Não recuses ninguém, mas tu conhecerás & destruirás os traidores. Eu sou Ra-Hoor-Khuit; e Eu sou poderoso para proteger meu servo. Sucesso é tua prova; não discutas; não convertas; não fales demais! Aqueles que buscam armar-te uma cilada, derrubar-te, esses ataca sem dó nem trégua; & destrói-os por completo. Célere como uma serpente pisada e vira-te e dá o bote! Sê tu mais mortífero ainda que ele! Puxa para baixo suas almas a tormento horrível: ri do medo deles: cospe sobre eles!
43. Que a Mulher Escarlate se precate! Se piedade e compaixão e ternura visitarem seu coração; se ela deixar meu trabalho para brincar com velhas doçuras; então minha vingança ser conhecida. Eu me matarei sua criança: Eu alienarei seu coração: Eu a expelirei dos homens: como uma encolhida e desprezada rameira ela rastejará por ruas molhadas e escuras, e morrerá fria e faminta.
44. Mas que ela se erga em orgulho! Que ela me siga em meu caminho! Que ela obre a obra de maldade! Que ela mate seu coração! Que ela seja gritona e adúltera! Que ela esteja coberta de jóias, e ricas roupas, e que ela seja sem vergonha diante de todos os homens!
45. Então Eu a levantarei a pináculos de poder: então Eu engendrarei dela uma criança mais pujante que todos os reis da terra. Eu a encherei de alegria: com minha força ela verá & dar o golpe à adoração de Nu: ela conseguirá Hadit.
46. Eu sou o guerreiro Senhor dos Quarentas: os Oitentas se acovardam diante de me, & são afundados. Eu vos trarei a vitória & alegria: Eu estarei nas vossas armas em batalha & vós deleitareis em matar. Sucesso é vossa prova; coragem é vossa armadura; avante, avante em minha força; & vós não retrocedereis de qualquer!
47. Este livro será traduzido em todas as línguas: mas sempre com o original pela mão da Besta; pois na forma ao acaso das letras e sua posição umas com as outras: nestas há mistérios que nenhuma Besta adivinhará. Que ele não procure tentar: mas um vem após ele, de onde Eu não digo, que descobrirá a Chave disso tudo. Então esta linha traçada é uma chave; então este círculo esquadrado em seu fracasso é uma chave também. E Abrahadabra. Será sua criança & isso estranhamente. Que ele não busque após isto pois dessa forma apenas pode ele cair.
48. Agora este mistério das letras está acabado, e Eu quero prosseguir para o lugar mais santo.
49. Eu estou em uma secreta palavra quádrupla, a blasfêmia contra todos os deuses dos homens.
50. Maldição sobre eles! Maldição sobre eles! Maldição sobre eles!
51. Com minha cabeça de Falcão Eu bico os olhos de Jesus enquanto ele se dependura da cruz.
52. Eu ruflo minhas asas na face de Mohammed & cego-o.
53. Com minhas garras Eu dilacero e puxo fora a carne do Hindu e do Budista, Mongol e Din.
54. Bahlasti! Ompehda! Eu cuspo nos vossos credos crapulosos.
55. Que Maria inviolada seja despedaçada sobre rodas: por causa dela que todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas entre vós!
56. Também por causa da beleza e do amor!
57. Desprezai também todos os covardes; soldados profissionais que não ousam lutar, mas brincam; todos os tolos desprezai!
58. Mas os afiados e os altivos, os régios e os elevados; vós sois irmãos!
59. Lutai como irmãos!
60. Não existe lei além de Faze o que tu queres.
61. Há um fim da palavra do Deus entronado no assento de Ra, tornando leves as vigas da alma.
62. A Me reverenciai! a me vinde através de tribulação de ordália, que é deleite.
63. O tolo lê este Livro da Lei, e seu comento; & ele não o compreende.
64. Que ele passe pela primeira ordália, & será para ele como prata.
65. Pela segunda, ouro.
66. Pela terceira, pedras de água preciosa.
67. Pela quarta, ultimais fagulhas do fogo intimo.
68. No entanto a todos ele parecerá belo. Seus inimigos que não dizem assim, são meros mentirosos.
69. Existe sucesso.
70. Eu sou o Senhor de Cabeça de Falcão do Silêncio & da Força; minha nêmes cobre o céu azul-noturno.
71. Salve! vós gêmeos guerreiros em volta dos pilares do mundo! pois vossa hora está próxima.
72. Eu sou o Senhor da Dupla Baqueta de Poder; a baqueta da Força de Coph Nia - mas minha mão esquerda está vazia, pois Eu esmaguei um Universo; & nada resta.
73. Empastai as folhas da direita para a esquerda e do topo ao pé: então contemplai!
74. Existe um esplendor em meu nome oculto e glorioso, como o sol da meia-noite é sempre o filho.
75. O fim das palavras é a Palavra Abrahadabra.
O Livro da Lei está Escrito e Oculto.
Aum. Ha.

Liber Cheth vel Vallum Abiegni

Sub Figura CLVI
  1. Este é o segredo do Santo Graal, que é o vaso sagrado da nossa Senhora a Mulher Escarlate, Babalon a Mãe das Abominações, a noiva de Caos, que cavalga sobre nosso Senhor a Besta.
  2. Tu deverás drenar teu sangue que é a tua vida dentro da taça dourada da sua fornicação.
  3. Tu deverás misturar a tua vida com a vida universal. Tu não deverás reter sequer uma gota.
  4. Então deverá o teu cérebro ficar embotado, e teu coração não mais bater, e toda a vida deverá te deixar; e tu deverás ser lançado sobre o esterco, e os pássaros do ar deverão deleitar-se sobre tua carne, e teus ossos deverão alvejar no sol.
  5. Então deverão os ventos concentrar-se e elevar-te como se fosses um pequeno monte de poeira num lençol que tem quatro cantos e eles deverão dar isto aos guardiões do abismo.
  6. E como não há mais vida naquilo, os guardiões do abismo deverão ordenar que os anjos do ar passem. E os anjos deverão depositar tua poeira na Cidade das Pirâmides, e teu nome não deverá mais ser.
  7. Agora, portanto, que tu podes concluir este ritual do Santo Graal tu irás desnudar-te de todos os teus deuses.
  8. Tu tens riqueza; oferece-a àqueles que necessitam dela, agora nenhum desejo em direção àquilo.
  9. Tu tens saúde; mata-te no fervor do teu abandono para nossa Senhora Babalon. Deixa tua carne se desprender de teus ossos e teus olhos resplandecerem com tua inextinguível lascívia pelo Infinito, com tua paixão pelo Desconhecido, por Ela que está além do Conhecimento o amaldiçoado.
  10. Tu tens amor; arranca tua mãe de teu coração, e cospe na face de teu pai. Deixa teu pé esmagar o ventre de tua esposa , e o bebê no seu peito ser a presa de cães e abutres.
  11. Por que se não fizeres isto pela tua vontade, então deveremos nós faze-lo apesar da tua vontade. De forma a que tu obtenhas o Sacramento do Graal na Capela da Abominação.
  12. E observe! se secretamente tu manténs em tua direção um pensamento de ti, então tu deverás ser jogado dentro do abismo para todo o sempre; e tu deverás ser o mais sozinho, o comedor de esterco, o aflito no Dia do Seja Conosco.
  13. Sim! realmente esta é a Verdade, esta é a Verdade, esta é a Verdade. A ti será garantido alegria e saúde e prosperidade e sabedoria quando tu não fores mais tu.
  14. Então deverá todo ganho ser um novo sacramento, e isto não deverá macular-te; tu deverás festejar com o libertino na praça do mercado, e as virgens deverão jogar rosas sobre ti, e os mercadores dobrar seus joelhos e trazer-te ouro e especiarias. Também rapazes deverão verter maravilhosos vinhos para ti, e os cantores e os dançarinos deverão cantar e dançar para ti.
  15. Ainda tu não deverás estar nisso, pois tu deverás ser esquecido, poeira perdida na poeira.
  16. Nem deverá o aeon te beneficiar nisto; pois da poeira deverá ser preparada uma cinza branca por Hermes o Invisível.
  17. E esta é a ira de Deus, que estas coisas deverão ser assim.
  18. E esta é a graça de Deus, que estas coisas deverão ser assim.
  19. Por isso eu vos incumbo de que venham até mim no Começo; pois se vocês tomarem um passo neste Caminho, vocês precisarão inevitavelmente chegar ao final dele.
  20. Este Caminho está além da Vida e da Morte; está também além do Amor; mas aquele vós não conheceis, pois vós não conheceis o Amor.
  21. E o final dele não é conhecido nem mesmo por Nossa Senhora ou a Besta sobre a qual Ela cavalga; nem mesmo pela Virgem sua filha nem mesmo por Caos seu legítimo Senhor; mas pela Criança Coroada é este conhecido? Não se sabe se isto é conhecido.
  22. Portanto para Hadit e Nuit seja a glória no Final e no Começo; sim no Final e no Começo.

Fonte

Fonte: http://www.babalon93.hpg.com.br/libri/libercheth.html

Liber Tzaddi vel Hamus Hermeticum

SVB FIGVRA
XC

Sigilo da Santa Fraternidade Astrum Argentum

A.·. A.·. em Classe A.
Imprimatur:
N. Fra A.·. A.·.
Publicação

0. Em nome do Senhor da Iniciação, Amém.
1. Vôo e pouso como um falcão: de mãe de esmeralda são minhas poderosas e arrebatadoras asas.
2. Pousei sobre a terra negra; e ela rejubilou-se em verde à minha chegada.
3. Crianças da Terra! regozijai-vos! regozijai-vos sobremaneira; pois vossa salvação está próxima.
3. O fim da angústia chegou; os arrebatarei até minha alegria impronunciável.
5. Vos beijarei, e vos trarei às núpcias: darei uma festa para vós na morada da felicidade.
6. Não vim para vos repreender, ou vos escravizar.
7. Não vos obrigo a abandonar vossa volúpia, vosso ócio, vossas loucuras.
8. Trago eu gozo para vosso prazer, paz para vosso langor, sabedoria para vossa loucura.
9. Tudo que fazeis é correto, se é o que vos satisfaz.
10. Vim contra a angústia, contra o cansaço, contra aqueles que buscam vos escravizar.
11. Vos derramo vinho lustral, que vos deleitará no ocaso e na aurora.
12. Vinde comigo, e vos concederei tudo que é desejável sobre a terra.
13. Pois vos concedo aquilo de que a Terra e suas alegrias são apenas sombras.
14. Elas se vão, mas minha alegria persiste até o fim.
15. Me escondi por detrás de uma máscara: sou um Deus negro e terrível.
16. Vos acercarei de mim com coragem, conquistando o medo: repousareis vossas cabeças sobre meu altar, esperando o golpe da espada.
17. Mas o primeiro beijo apaixonado será refulgirá em vossos lábios; e toda minha escuridão e terror se tornará luz e alegria.
18. Somente os que temem fracassarão. Aqueles que curvaram suas costas ao jugo da escravidão até não poderem mais levantar; estes desprezarei.
19. Mas vós que desafiastes a lei; vós que conquistastes usando astúcia ou força; vos trarei até mim, sim, vos trarei até mim.
20. Nada peço que sacrifiques em meu altar; sou o Deus que tudo concede.
21. Luz, Vida, Amor; Força, Fantasia, Fogo; estes vos trago: minhas mãos estão cheias destas coisas.
22. Há alegria no projeto; há alegria na jornada; há alegria no objetivo.
23. Apenas se estiverdes angustiados, ou exaustos, ou irritados, ou desconsolados; então sabereis que perdestes o fio dourado, o fio com o qual vos guio até o coração dos bosques de Elêusis.
24. Meus discípulos são orgulhosos e belos; são fortes e velozes; governam seu caminho como poderosos conquistadores.
25. O fraco, o tímido, o imperfeito, o covarde, o pobre, o choroso — estes são meus inimigos, e vim para os destruir.
26. Isto também é compaixão: um final para a doença da terra. Como cortar as ervas daninhas: como regar as flores.
27. Ó minhas crianças, sois mais belos que as flores: não murchai em vossa estação.
28. Vos amo; espargirei sobre vós o divino orvalho da imortalidade.
29. Não é esta imortalidade vã esperança no além-túmulo: vos ofereço a infalível consciência do gozo.
30. A ofereço de imediato, na terra; antes que uma hora ressoe no sino estareis Comigo nas Moradas que estão além da Putrefação.
31. Também vos concedo poder e alegria terrenas; riqueza, e saúde, e longa existência. Adoração e amor se apegarão a vossos pés, e se enlaçarão em torno de vosso coração.
32. Apenas vossas bocas beberão de um vinho delicioso — o vinho de Iaccus; eles alcançarão mesmo o beijo celestial do Belo Deus.
33. Vos revelo um grande mistério. Estais entre o abismo da altitude e o abismo da profundidade.
34. Em ambos vos aguarda um Companheiro; e este Companheiro sois Vós mesmos.
35. Não podereis ter outro Companheiro.
36. Muitos surgiram e, sendo sábios, disseram: "Buscai a Imagem cintilante no lugar eternamente dourado, e vos uni a Ela".
37. Muitos surgiram e, sendo insensatos, disseram: "Rebaixai-vos ao mundo obscuramente esplêndido, e desposai a Criatura Cega do Lodo".
38. Eu, que estou além da Sabedoria e da Insensatez, surjo e vos digo: levai a cabo ambas as uniões! Uni-vos com ambas!
39. Cuidai, cuidai, eu digo, para que não busqueis por um e percais o outro!
40. Meus adeptos estão erguidos; suas cabeças acima dos céus, seus pés abaixo dos infernos.
41. Mas visto que um é naturalmente atraído pelo Anjo, e outro pelo Demônio, que o primeiro fortaleça o elo inferior, e o último se sujeite com firmeza ao mais alto.
42. Assim o equilíbrio se tornará perfeito. Auxiliarei meus discípulos; quanto mais rápido eles adquirirem o equilíbrio deste poder e desta alegria, mais rápido os empurrarei.
43. Por sua vez, eles falarão desde este Trono Invisível; suas palavras iluminarão os mundos.
44. Serão os mestres da majestade e do poder; serão belos e alegres; vestirão a vitória e o esplendor; se assentarão sobre a sólida fundação; deles será o reino; sim, deles será o reino.
Em nome do Senhor da Iniciação. Amém.

Liber Stellae Rubeae

Um ritual secreto de Apep, o coração de IAO-OAI, entregue a V.V.V.V.V. para seu uso em certo tópico de Liber Legis e escrito sub figura LXVI.
  1. Apep deifica Asar.
  2. Que esplendorosas virgens evoquem regozijantes, filho da Noite!
  3. Este é o livro do mais secreto ritual do Rubi Estrela. Ele não será dado a ninguém exceto ao impudente em ato como em palavra.
  4. Nenhum homem entenderá este escrita, ela é muito misteriosa para os filhos dos homens.
  5. Se o Rubi Estrela verteu o seu sangue sobre ti; se na época da lua tu invocaste pelo Iod e o Pe, então tu podes comungar deste mais secreto sacramento.
  6. Um deverá instruir ao outro, sem preocupar-se com as dificuldades do raciocínio humano.
  7. Haverá um amplo altar no centro, estendido sobre uma pedra negra.
  8. A ponta do altar em ouro, e imagens gêmeas em verde do Mestre.
  9. No meio, uma taça de vinho verde.
  10. Ao pé, a Estrela de Rubi.
  11. O altar deverá estar inteiramente vazio.
  12. Primeiro, o Ritual da Estrela Flamejante.
  13. Em seguida, o Ritual do Selo.
  14. Depois, as adorações infernais de OAI.
    Mu pa telai,
    Tu wa melai
    A, a, a.
    Tu fu tulu!
    Tu fu tulu
    Pa, Sa, Ga.
    Qwi Mu telai
    Ya Pu Melai;
    U, u, u.
    Se gu malai;
    Pe fu telai,
    Fu tu lu.
    chi balae
    Wa pa malae:
    Ut! Ut! Ut!
    Ge; fu latrai,
    Le fu malai
    Kut! Hut! Nut!
    Al OAI
    Rel moai
    Ti - Ti - Ti !
    Wa la pelai
    Tu fu latai
    Wi, Ni, Bi.
  15. Tu também deverás excitar as rodas com as cinco golpes e as cinco ofensas.
  16. Então tu excitarás as rodas com os dois e o terceiro no centro; igualmente [Saturno] e [Júpiter], [Sol] e [Lua], [Marte] e [Vênus], e [Mercúrio].
  17. Então os cinco - e o sexto.
  18. Além disso o altar defumará diante do mestre com incenso que não tem fumaça.
  19. Aquilo que é para ser negado, será negado; aquilo é para ser pisado, será pisado; aquilo que é para ser cuspido, será cuspido.
  20. Estas coisas serão queimadas em fogo aberto.
  21. Então, novamente, o mestre falará por sua vontade, palavras suaves, e com música, e o que mais ele for apresentar à Vítima.
  22. Ele também sacrificará uma jovem criança sobre o altar, e o sangue revestirá altar com um perfume como de rosas.
  23. Então o mestre aparecerá como Ele deve aparecer em Sua glória.
  24. Ele se estirará sobre o altar, e o despertará para a vida, e para a morte.
  25. (Porque assim nós ocultamos aquela vida que está além.)
  26. O templo deverá ser escurecido, salvo pelo fogo e pela lâmpada do altar.
  27. Ali ele acenderá um grande fogo e um devorador.
  28. Também, ele golpeará o altar com seu açoite, e sangue escorrerá disto.
  29. Também, ele fará rosas florescerem sobre isto.
  30. No final, ele oferecerá o Grande Sacrifício, no momento em que o Deus consumir a chama sobre o altar.
  31. Todas essas coisas, tu cumprirás rigorosamente, observando o tempo.
  32. E o Amado permanecerá contigo.
  33. Tu não revelarás o mundo interior deste rito para ninguém: então, eu o escrevi em símbolos que não podem ser compreendidos.
  34. Eu que revelo o ritual, sou IAO e OAI; o Correto e o Avesso.
  35. Estes são iguais para mim.
  36. Agora, o Véu desta operação é chamado Vergonha, e a Glória habita em seu interior.
  37. Tu confortarás o coração da pedra secreta com o sangue ardente.
    Tu farás uma refinada decocção de delícia, e os Observadores beberão dela.
  38. Eu, Apep, a Serpente, sou o coração de IAO. Ísis aguardará Asar, e Eu no centro.
  39. Também, a Sacerdotisa procurará outro altar, onde realizará minhas cerimônias.
  40. Não haverá hino nem ditirambo em meu louvor e nem ao louvor do rito, visto que isto está absolutamente além.
  41. Tu assegurar-te-ás da estabilidade do altar.
  42. Neste rito, tu estarás solitário.
  43. Eu darei a ti outra cerimônia, com a qual muitos se regojizarão.
  44. Antes de tudo, que o Juramento seja feito firmemente, enquanto tu sobes no altar, vindo da terra negra.
  45. Nas palavras que Tu conheces.
  46. Pois Eu também juro a ti, pelo meu corpo e alma que jamais serão separados em dois, que Eu habito em ti, enroscado e pronto para esticar.
  47. Eu darei a ti os reinos da terra, Ó Tu que dominaste os reinos do Leste e do Oeste.
  48. Eu sou Apep, Ó tu Sacrificado. Tu te sacrificarás sobre o meu altar: Eu beberei teu sangue.
  49. Pois Eu sou um poderoso vampiro, e minhas crianças sorverão o vinho da terra, que é sangue.
  50. Tu reabastecerás tuas veias pelo cálice do céu.
  51. Tu serás mistério, um terror para o mundo.
  52. Tu serás exaltado, e ninguém te verá; exaltado, e ninguém de ti suspeitará.
  53. Pois há duas diversas glórias, e tu, que conquistate a primeira, deleitar-se-á com a segunda.
  54. Eu salto de felicidade dentro de ti; minha cabeça está erguida para golpear.
  55. Ó a luxúria, o arrebatamento total, da vida da serpente na espinha!
  56. Mais poderoso do que Deus ou do que o homem, Eu estou neles, e os permeio.
  57. Seguem estas minhas palavras.
  58. Nada temas
    Nada temas
    Nada temas
  59. Pois nada Eu sou, e a mim temerás, O minha virgem, minha vidente em cujas entranhas eu me regozijo.
  60. Tu temerás com o medo do amor: Eu te conquistarei.
  61. Tu estarás muito perto da morte.
  62. Mas Eu te conquistarei; a Nova Vida te iluminará com a Luz que está além das Estrelas.
  63. Tu pensaste? Eu, a força que tudo criou, não devo ser desdenhado.
  64. E eu te violentarei em minha luxúria.
  65. Tu gritarás com o prazer, e a dor, e o medo, e o amor - de modo que o LOGOS de um novo Deus salte entre as Estrelas.
  66. Nenhum som será ouvido senão este teu rugido de êxtase como de um leão; sim, este teu rugido de êxtase como de um leão.

Liber LXV vel Cordis Cincti Serpente

I

  1. Eu sou o Coração; e eis a Cobra enroscada
    Da mente em volta ao cór do qual não se vê nada.
    Ó minha cobra, sobe! Está chegada a hora
    Da flor velada e santa. Ó minha cobra, aflora!
    Sobe com esplendor que fulge e que retumba
    No cadáver de Asar que flutua na tumba!
    Ó coração de minha mãe, minha irmã, de mim mesmo,
    Tu és jogado ao Nilo; Tifon, ele é teu!
    Ah me! Porém a glória e fúria da tormenta
    Enfaixa-te de força, em forma te acalenta.
    Aquieta-te, Ó minhalma! a fim que suma o encanto
    Ao erguer dos condões; findo aeon; novo, e santo!
    Vê! que belo que sou, que alegre assim
    Te faço, Ó cobra que me envolves no tempo e no espaço!
    Vê! nós somos um só, e o vendaval de arroube
    Vai, desce no poente, e o Escaravelho sobe.
    Ó Khephra! Teu zumbido, a nota pura e santa,
    Seja sempre o só transe e voz desta garganta!
    Eu aguardo a alvorada! O chamado do Pai,
    O Senhor Adonai, o Senhor Adonai
  2. Adonai falou a V.V.V.V.V., dizendo: Deve haver sempre divisão na palavra.
  3. Pois as cores são muitas, mas a luz é uma.
  4. Portanto tu escreves aquilo que é esmeralda-mãe, e de lápis-lazuli, e de turqueza, e de alexandrita.
  5. Outro escreve as palavras de topázio, e de profundo ametista, e de safira cinza, e de profundo safira com um toque como que de sangue.
  6. Portanto vós vos afligís por causa disto.
  7. Não vos contenteis com a imagem.
  8. Eu que sou a Imagem de uma Imagem digo isto.
  9. Não discutais a imagem, dizendo Além! Além! Sobe-se à Coroa pela Lua e pelo Sol, e pela seta, e pelo Fundamento, e pelo escuro lar das estrelas partindo da terra negra.
  10. Não de outra forma podeis vós atingir a Ponta Polida.
  11. Nem está bem que o sapateiro tagarele o assunto Real. Ó sapateiro! conserta-me este sapato, para que eu possa andar. Ó rei! se eu for teu filho, falemos da Embaixada do Rei teu irmão.
  12. Então houve silêncio. A fala nos deixara por algum tempo.
  13. O acônito não é tão agudo quanto o aço; no entanto, fere o corpo mais sutilmente.
  14. Tal como beijos malignos corrompem o sangue, assim minhas palavras devoram o espírito do Homem.
  15. Eu respiro, e há infinito desassocêgo no espírito.
  16. Como um ácido rói o aço, como um câncer que corrompe por completo o corpo, assim sou Eu para o espírito do homem.
  17. Eu não descansarei até que o tenha dissolvido todo.
  18. Assim também a luz que é absorvida. Um absorve pouca, e é chamado branco e reluzente; um absorve toda e é chamado negro.
  19. Portanto, Ó meu querido, tu és negro.
  20. Ó meu lindo, Eu te tornei semelhante a um retinto escravo núbio, um menino de olhos tristes.
  21. Ó o cão! o imundo! eles gritam contra ti. Porque tu és meu bem-amado.
  22. Felizes aqueles que te elogiam; pois eles te vêem com Meus olhos.
  23. Não em voz alta eles te elogiarão; mas na guarda noturna um se aproximará furtivamente e te dará o aperto secreto; outro em privado te coroará com uma coroa de violetas; um terceiro ousará grandemente, e beijará com lábios loucos os teus.
  24. Sim! a noite cobrirá tudo, a noite cobrirá tudo.
  25. Tu Me procuraste longamente; tu correste tanto avante que Eu não pude te alcançar. Ó meu querido tolo! de que amargura te coroaste os dias.
  26. Agora Eu estou contigo; Eu jamais deixarei o ter ser.
  27. Pois Eu sou aquela macia, sinuosa, enroscada em volta tua, coração de ouro!
  28. Minha cabeça está adereçada com doze estrelas; Meu corpo é branco como leite das estrelas; brilha com o azul do abismo de estrelas invisível.
  29. Eu achei aquilo que não podia ser achado; Eu achei um vaso de mercúrio.
  30. Tu instruirás teu servo em seus caminhos, tu falarás muito com ele.
  31. (O escriba olha para cima e grita) Amém! Tu o disseste, Senhor Deus!
  32. Adonai falou mais a V.V.V.V.V. e disse:
  33. Deleitemo-nos na multidão dos homens! Construamos deles um bote de madrepérola para nós, a fim de navegarmos no rio de Amrit!
  34. Tu vês aquela pétala de amaranto soprada pelo vento das baixas, doces sobrancelhos de Hathor?
  35. (O Magister viu-a, e regozijou-se na beleza dela.) Escuta!
  36. (De um certo mundo veio um lamento infinito.) Aquela pétala caindo pareceu aos pequeninos uma onda para engolir seu continente.
  37. Assim eles recriminarão teu servo, dizendo: Quem te encarregou de nos salvar?
  38. Ele sofrerá muito.
  39. Todos eles não compreendem que tu e Eu estamos fazendo um bote de madrepérola. Nós desceremos o rio de Amrit até os bosques de teixos de Yama, onde podemos nos regozijar extremamente.
  40. A alegria dos homens será o nosso brilho prateado, a tristeza deles será o nosso brilho azulado - tudo na madrepérola.
  41. (O escriba se enraiveceu com isto. Ele disse: Ó Adonai e meu mestre, eu tenho carregado o tinteiro e a pena sem salário, a fim de que eu pudesse buscar esse rio de Amrit, e navegar nele como um de vós. Isto eu exijo como paga, que eu partilhe do eco de vossos beijos.)
  42. (E imediatamente lhe foi isto concedido.)
  43. (Não; mas não com isto ele se contentou. Por um infinito rebaixamento em vergonha ele se esforçou. Então uma voz:)
  44. Tu te esforças sempre; mesmo em te entregando tu te esforças por entregar-te - e vê! tu não te entregas.
  45. Vai aos lugares mais externos e submete todas as coisas.
  46. Submete teu medo e teu desgosto. Então - entrega-te!
  47. Houve uma virgem que andava a esmo no trigal, suspirando; então nasceu algo novo, um narciso, e nele ela.
  48. No mesmo instante Hades se abateu sobre ela e possuiu-a e a levou.
  49. (Então o escriba conheceu o narciso em seu coração; mas como não lhe subia aos lábios, ele envergonhou-se e se calou.)
  50. Adonai falou uma vez ainda com V.V.V.V.V. e disse: A terra está madura para a vindima; comamos de suas uvas, e embriaguemo-nos com elas.
  51. E V.V.V.V.V. respondeu e disse: Ó meu senhor, meu pombo, meu excelso, como parecerá esta palavra às crianças dos homens?
  52. E Ele respondeu-lhe: Não qual podes ver. É certo que cada letra desta cifra tem algum valor; mas quem determinirá o valor? Pois varia sempre, de acordo com a sutileza d'Aquele que a fez.
  53. E Ele respondeu-lhe: Não tenho Eu a chave da cifra? Eu estou vestido com o corpo de carne; Eu sou um com o Eterno e Onipotente Deus.
  54. Então disse Adonai: Tu tens a Cabeça do Falcão, e teu Falo é o Falo de Asar. Tu conheces o branco, e tu conheces o negro, e tu sabes que estes são um. Mas por que buscas tu o conhecimento da equivalência deles?
  55. E ele disse: Para que minha Obra possa ser correta.
  56. E Adonai disse: O segador forte e moreno varreu a sua ceifa, e regozijou-se. O homem sábio contou seus músculos, e ponderou, e não compreendeu, e ficou triste.
    Seja tu, e regozija-te!
  57. Então o Adepto alegrou-se, e levantou seu braço. Vede! um terremoto, e praga, e terror sobre a terra! Uma queda daqueles que sentavam em lugares elevados; uma fome sobre a multidão!
  58. E a uva caiu madura e rica em sua boca.
  59. Manchada está a púrpura da tua boca. Ó brilhante, com a glória branca dos lábios de Adonai.
  60. A espuma da uva é como a tormenta sobre o mar; os navios tremem e sacodem-se; o capitão está com medo.
  61. Isso é a tua embriaguês, Ó santo, e os ventos rodopiam a alma do escriba para dentro do porto feliz.
  62. Ó Senhor Deus! que o porto caia na fúria da tormenta! Que a espuma da uva tinja minha alma com Tua luz!
  63. Bacchus envelheceu, e foi Silenus; Pan sempre foi Pan, para sempre e sempre mais, através dos aeons.
  64. Intoxica o mais íntimo., Ó meu amante, não o mais externo.
  65. Assim foi - sempre o mesmo! Eu mirei à baqueta pelada de meu Deus, e eu atingi; sim, eu atingi.

II

  1. Eu entrei na montanha de lápis-lazuli, mesmo como um falcão verde entre os pilares de turqueza que está sentado sobre o trono do Oriente.
  2. Assim cheguei a Duant, a habitação das estrelas, e ouvi vozes que gritavam alto.
  3. Ó Tu sentes sobre a Terra! (assim me falou uma certa Figura Velada) tu não é maior que tua mãe! Tu grão de pó infinitesimo! Tu és o Senhor de Glória, e o cão imundo.
  4. Descendo, mergulhando minhas asas, eu cheguei às habitações de escuro esplendor. Lá, naquele abismo informe, fui eu feito um comungante dos Mistérios Invertidos.
  5. Eu sofri o abraço mortal da Cobra e do Bode; eu prestei a homenagem infernal à vergonha de Khem.
  6. Nisto havia esta virtude, que o Um tornou-se o todo.
  7. Além disto, eu tive a visão de um rio. Nele havia um botezinho; e neste, sob velas de púrpura, estava uma mulher dourada, uma imagem de Asi lavrada do ouro mais fino. Também, o rio era de sangue, e o bote de aço brilhante. Então eu a amei; e, desatando meu cinturão, atirei-me à correnteza.
  8. Eu recolhi-me ao botezinho, e durante muitos dias e noites a amei, queimando lindo incenso diante dela.
  9. Sim! Eu lhe dei da flor da minha juventude.
  10. Mas ela não se moveu; apenas, pelos meus beijos eu a conspurguei tanto que ela enegreceu perante mim.
  11. Entretanto eu a adorei, e dei-lhe da flor da minha juventude.
  12. Também aconteceu que através disto ela adoeceu, e corrompeu-se diante de mim. Quase eu me atirei à correnteza.
  13. Então, no fim do mercado, seu corpo era mais branco que o leite das estrelas, e sua boca rubra e quente como o ocaso, e sua vida de um branco em braza como o calor do sol do meio-dia.
  14. Então ela se ergueu do abismo de Idades de Sono, e seu corpo me abraçou. Eu me derreti por completo em sua beleza, e alegrei-me.
  15. Também o rio tornou-se o rio de Amrit, e o botezinho era a carruagem da carne, e suas velas o sangue do coração que me carrega, que me carrega.
  16. Ó mulher serpente das estrelas! Eu, mesmo eu, Te fiz de uma pálida imagem de ouro fino.
  17. Também o Santo veio sobre mim, e eu vi um cisne branco flutuando no azul.
  18. Entre suas asas eu me sentei, o os aeons fugiram.
  19. Então o cisne voou, e mergulhou, e subiu; no entanto não fomos alhures.
  20. Um meninote louco que montava comigo falou ao cisne e disse:
  21. Quem és tu que flutuas e voas e mergulhas e sobes no inano? Vê, todos estes aeons passaram; de onde vens tu? Aonde vais?
  22. E rindo eu lhe ralhei, dizendo: Não há de onde! Não há aonde!
  23. O cisne não falando, ele respondeu: Então, se não há fito, para que esta jornada eterna?
  24. E eu reclinei minha cabeça contra a Cabeça do Cisne, e ri-me, dizendo: Não há alegria inefável neste vôo sem fito? Não há cansaço e impaciência para quem quereria alcançar algum alvo?
  25. E o cisne permaneceu silente. Ah! mas nós flutuamos no infinito Abismo. Alegria! Alegria! Cisne branco, sustenta-te sempre entre as tuas asas!
  26. Ó silêncio! Ó raptura! Ó fim das coisas visíveis e invisíveis! Tudo isto é meu, que Não sou.
  27. Deus Radiante! Deixa que eu faça uma imagem de ouro e gemas para Ti! para que o povo possa derrubá-la e espezinhá-la em pó! Para que a Tua glória seja vista deles.
  28. Nem será dito nos mercados que eu cheguei quem deveria vir; mas Tua vinda será a palavra única.
  29. Tu Te manifestarás no imanifestado; nos lugares secretos os homens te encontrarão, e Tu os conquistarás.
  30. Eu vi um jovem pálido e triste deitado sobre o mármore à luz do sol, chorando. A seu lado estava o alaúde esquecido. Ah! mas ele chorava.
  31. Então veio uma águia do abismo de glória e cobriu-o com sua sombra. Tão negra era a sombra que ele ficou invisível.
  32. Mas eu ouvi o alaúde tocando vivamente através do ar azul e quieto.
  33. Ah! mensageiro do Bem-Amado, cobre-me com Tua sombra!
  34. Teu nome é Morte, talvez; ou Vergonha, ou amor. Contando que me tragas novas do Bem-Amado, não perguntarei teu nome.
  35. Onde está agora o Mestre? gritam os loucos meninotes. Ele está morto! Ele está envergonhado! Ele está casado! e sua zombaria dará volta ao mundo.
  36. Mas o Mestre terá tido a sua recompensa. O riso dos zombadores será um corrupio no cabelo do Bem-Amado.
  37. Vê! o Abismo da Grande Profundez. Ali está pujante golfinho, fustigando seus lados com a força das ondas.
  38. Ali está também um harpista de ouro, tocando infinitas melodias.
  39. Eles säo mais eficientemente impressionados pelo elogio da beleza, mostrada em suas mais brilhantes vestes.
  40. O harpista também pôs de lado sua harpa, e tocou melodias infinitas na Flauta de Pan.
  41. Então a ave desejou muito esta alegria, e depondo suas asas, tornou-se um fauno da floresta.
  42. O harpista também depôs sua flauta de Pan, e com a voz humana cantou suas melodias infinitas.
  43. Então o fauno encantou-se e foi-lhe atrás muito longe; por fim o harpista calou-se, e o fauno virou Pan no meio da primal floresta da Eternidade.
  44. Tu näo podes encantar o golfinho com silêncio, Ó meu profeta!
  45. Entäo o adepto foi arrebatado em dita, e o além da dita, e excedeu o excesso do excesso.
  46. Também seu corpo tremeu e cambaleou com a carga daquela dita, e daquele excesso, e daquele ultimal inominável.
  47. Ele gritaram Ele está ébrio ou Ele está louco ou Ele sente dor ou Ele está a ponto de morte; e ele näo os ouviu.
  48. Ó meu Senhor, meu bem-amado! Como hei de compor cantos, quando até a memória da sombra da tua glória é uma coisa além de toda música da fala ou do silêncio?
  49. VÊ! eu sou um homem. Mesmo uma criancinha poderia näo Te suportar. E entäo?
  50. Eu estava só num grande parque, e junto a um certo outeiro estava um anel de relva profunda esmaltada onde uns vestidos de verde, lindissimos, brincavam.
  51. Em seu brinquedo eu cheguei até mesmo à terra do Sono Encantado.
  52. A noite inteira eles dançaram e cantaram; mas Tu és a manhä, Ó meu querido, minha serpente que Te enroscas em redor deste coraçäo.
  53. Eu sou o coraçäo, e Tu a serpente. Aperta mais teus anéis em volta minha, para que nem luz nem dita possam penetrar.
  54. Arrebata-me em sangue, como uma uva sobre a língua de uma branca jovem Dórica que enlanguece ao luar com seu amante.
  55. Entäo que o Fim desperta.
    Longo tempo tu dormiste, Ó grande Deus Terminus!
    Longamente tu esperaste no fim da cidade e das estradas desta.
    Acorda Tu! näo esperes mais!
  56. Näo, Senhor! mas eu cheguei a Ti. Sou eu que espero enfim.
  57. O profeta gritou contra a montanha: vem tu aqui, para que eu possa falar-te!
  58. A montanha näo se moveu. Portanto foi o profeta até à montanha, e falou-lhe. Mas os pés do profeta ficaram cansados, e a montanha näo lhe ouviu a voz.
  59. Mas eu clamei alto por Ti, e eu viajei em busca Tua, e de nada me valeu.
  60. Eu esperei com paciência, e Tu estavas comigo desde o início.
  61. Isto agora eu sei, Ó meu amado, e nós estamos deitados à vontade entre os vinhais.
  62. Mas estes teus profetas; eles deves gritar alto e fustigar-se; eles devem cruzar desertos virgens e oceanos insondados; esperar por Ti é o fim, näo o princípio.
  63. Que escuridäo cubra a escrita! Que o escriba se vá em seus caminhos.
  64. Mas tu e Eu estamos deitados à vontade entre os vinhais; o que é ele?
  65. Ó Tu Bem-Amado! näo existe um fim? Näo, mas existe um fim. Acorda! levanta-te! cinge teus membros, Ó tu corredor; leva a Palavra às cidades pujantes, sim, às cidades pujantes.

III

  1. Em verdade e Amém! Eu passei pelo mar profundo, e pelos rios de água corrente que ali abundam, e eu cheguei à Terra Sem Desejo.
  2. Onde estava um unicórnio branco com uma coleira de prata, na qual estava gravado o aforisma Linea viridis gyrat universa.
  3. Entäo a palavra de Adonai veio a mim pela boca do Magister meu, dizendo: Ó coraçäo que estás cingido com os anéis da velha cobra, levanta-te à montanha da iniciaçäo!
  4. Mas eu lembrei-me. Sim, Than, sim, theli, sim Lilith! estas três me cingiam de há muito. Pois elas säo uma.
  5. Linda eras tu, Ó Lilith, tu mulher-serpente!
  6. Eras esguia e teu gosto uma delícia, e teu perfume era de almíscar mistrado de ambergris.
  7. Tu apertavas o coraçäo com teus anéis, e isso era como a primavera de alegria.
  8. Mas eu vi em ti uma certa mancha, mesmo naquilo em que me deleitava.
  9. Eu vi em ti a mancha de teu pai o macaco, do teu avô o Verme Cego do Lodo.
  10. Eu olhei o Cristal do Futuro, e vi o horror do teu Fim.
  11. Mais, eu destruí o tempo Passado, e o tempo Vindouro - näo tinha eu o Poder da Ampulheta?
  12. Mas mesmo na hora eu vi corrupçäo.
  13. Entäo eu disse: Ó meu amado, Ó Senhor Adonai, eu te rogo que desfaças as roscas da serpente!
  14. Mas ela estava apertada em volta minha, de modo que minha Força era impedida em seu começo.
  15. Também eu orei ao Deus Elefante, o Senhor dos Começos, que derruba obstruçäo.
  16. Estes deuses vieram prontamente em minha ajuda. Eu os vi; eu me uni a eles; eu me perdi em sua vastidäo.
  17. Entäo eu me percebi cingido pelo Infinito Círculo de Esmeralda que circunda o Universo.
  18. Ó Serpente de Esmeralda, Tu näo tens tempo Passado, nem tempo Vindouro. Em verdade, Tu näo és.
  19. Tu és gostosa além do tato e do sabor, Tu näo podes ser vista de glória, Tua voz está além da Fala e do Silêncio e da Fala no Silêncio, e Teu perfume é de puro embergris, que näo é de se pesar contra o mais fino do ouro fino.
  20. Também Tuas roscas säo de infinito alcance; o Coraçäo que Tu encercas é um Coraçäo Universal.
  21. Eu, e Mim, e Meu, estavam sentados com alaúdes na praça de mercado da grande cidade, a cidade das violetas e das rosas.
  22. A noite caiu, e a música dos alaúdes parou.
  23. A tempestade rugiu, e a música dos alaúdes parou.
  24. A hora passou, e a música dos alaúdes parou.
  25. Mas Tu és a Eternidade e o Espaço; Tu és Matéria e Movimento; e Tu és a negaçäo de tudo isso.
  26. Pois näo existe Símbolo de Ti.
  27. Se eu digo Subí sobre as montanhas! as águas celestiais flúem ao meu comando. Mas tu és a Água além das águas.
  28. O rubro coraçäo triangular foi colocado em Teu templo; pois os sacerdotes desprezaram igualmente o templo e o deus.
  29. No entanto o tempo todo Tu ali oculto estavas, como o Senhor do Silêncio está oculto nos botöes do lótus.
  30. Tu és Sebek o crocodilo contra Asar; tu és Mati, o Assassino no Profundo. Tu és Tifon, a Fúria dos Elementos, Ó Tu que transcendes as Forças em seu Concurso e Coesäo, em sua Morte e Disrupçäo. Tu és Piton, a terrível serpente em volta do fim de todas as coisas!
  31. Eu me virei três vezes em todas as direçöes; o sempre eu cheguei a Ti por fim.
  32. Muitas coisas eu vi, mediatas e imediatas; mas näo as vendo mais, eu vi a ti.
  33. Vem Tu, Ó Bem-Amado! Ó Senhor Deus do Universo, Ó Vastidäo, Ó Minuscia! Eu sou o Teu amado.
  34. O dia inteiro eu canto o Teu deleite; a noite inteira eu me deleito em Teu canto.
  35. Näo existe nenhum outro dia ou noite que este.
  36. Tu estás além do dia e da noite; eu sou Tu mesmo, Ó meu Criador, meu Mestre, meu Esposo!
  37. Eu sou como o cachorrinho vermelho que está sentado nos joelhos do Desconhecido.
  38. Tu me trouxeste o grande deleite. Tu me deste Tua carne a comer e do Teu sangue como uma oferta de intoxicação.
  39. Tu ferraste as presas da Eternidade em minha alma, e o Veneno do Infinito me consumiu inteiramente.
  40. Eu estou tornado como um opulento diabo da Itália; uma mulher loura e forte de face cavada, comida de fome de beijos. Ela bancou a rameira em diversos palácios; ela deu seu corpo às bestas.
  41. Ela matou seus parentes com forte veneno de sapos; ela foi castigada com muitas varas.
  42. Ela foi despedaçada sobre a Roda; as mãos do verdugo a amarraram ali.
  43. As fontes d'água foram abertas sobre ela; ela lutou contra tormento extremo.
  44. Ela rebentou sob o peso das águas; ela afundou no horrendo mar.
  45. Assim sou eu. Ó Adonai, meu senhor, e assim são as águas da Tua intolerável Essência.
  46. Assim sou eu, Ó Adonai, meu amor, e Tu me arrebentaste por completo.
  47. Eu estou derramado como sangue sobre os picos; os Corvos da Dispersão me levaram por completo.
  48. Portanto está afrouxado o selo que guardava o Oitavo abismo; portanto é o vasto mar como um véu; portanto há uma dilaceração de todas as coisas.
  49. Sim, também em verdade Tu és a fresca quieta água da fonte encantada. Eu me banhei em Ti, e me perdi em Tua quietude.
  50. Aquilo que entrou como um valente menino de lindos membros sai como uma donzela, como uma criancinha em sua perfeição.
  51. Ó Tu luz e deleite, arrebata-me ao oceano leitoso das estrelas.
  52. Ó Tu Filho de uma mãe que transcende a luz, abençoado seja Teu nome, e o Nome de Teu Nome, através das idades!
  53. Vê! eu sou uma borboleta na Fonte de Criação; deixa-me morrer antes da hora, caindo morto em Tua corrente infinita!
  54. Também a corrente das estrelas flui sempre majestosa à Habitação; carrega-me no Colo de Nuit!
  55. Este é o mundo das águas de Main; esta é a água amarga que se torna doce. Tu és belo e amargo, Ó dourado, Ó meu Senhor Adonai, Ó tu Abismo de Safira.
  56. Eu sigo a Ti, e as águas da Morte lutam extênuas contra mim. Eu passo às Águas além da Morte e além da Vida.
  57. Como responderei ao homem tolo? Por nenhum caminho ele chegará à Tua Identidade!
  58. Mas eu sou o Tolo que não liga ao Jogo do Mago. A mim a Mulher dos Mistérios instrui em vão; eu quebrei os grilhões do Amor e do Poder e da Adoração.
  59. Portanto é a Águia unida ao Homem, e a força de infâmia dança com o fruto do justo.
  60. Eu baixei, Ó meu querido, às águas negras e brilhantes, e Te colhi como uma pérola negra de valor infinito.
  61. Eu desci, Ó meu Deus, ao abismo do todo, e eu Te encontrei lá no meio sob o disfarce de Nada.
  62. Mas como Tu és o Último, Tu és também o Próximo, e como o Próximo eu Te revelo à multidão.
  63. Aqueles que sempre Te desejam Te obterão, mesmo no Fim do seu Desejo.
  64. Glorioso, glorioso, glorioso Tu és, Ó meu amante super - no Ó Ser do meu ser.
  65. Pois eu Te achei igualmente no Mim e no Ti; não há diferença, Ó meu belo, Ó meu Desejável! No Um e nos Muitos eu Te encontrei; sim, eu Te encontrei.

IV

  1. Ó coração de cristal! Eu a Serpente Te abraço; Eu enterro minha cabeça no Teu centro mais íntimo, Ó Deus meu amor.
  2. Mesmo qual nos ressoantes altos varridos de vento de Mytilene alguma mulher como deusa põe de lado a lira e, seus cabelos flamejando qual auréola, mergulha no coração da criação, assim Eu, Ó Senhor meu Deus!
  3. Há uma beleza indizível, onde as flores flamejam.
  4. Ah me! mas a sede de Tua alegria resseca esta garganta, de modo que Eu não posso cantar.
  5. Eu me farei um botezinho de minha língua, e explorarei os rios desconhecidos. Pode ser o eterno sal vire doçura, e minha vida não seja mais sedenta.
  6. Ó vós que bebeis da salmoura do vosso desejo, estais perto da loucura! Vossa tortura cresce se bebeis, e continuais bebendo. Subí pelos regatos à água fresca; Eu vos esperarei com os meus beijos.
  7. Como a pedra-bezoar que é encontrada na barriga da vaca, assim é meu amante entre os amantes.
  8. Ó menino de mel! Traz-me aqui Teus membros frescos! Sentemo-nos por um pouco na chácara, até o sol descer! Festejemos sobre a relva fresca. Trazei vinho, vós escravos, para que as bochechas do meu menino se enrubesçam.
  9. No jardim de imortais beijo, Ó tu brilhante, resplandece! Faz de Tua boca uma papoula, que um beijo é a chave do sono infinito e lúcido, o sono de Shi-loh-am.
  10. Em meu sono Eu contemplei o Universo como um cristal límpido sem mancha.
  11. Existem ricaços vaidosos sem vintém que ficam à porta da taverna e tagarelam de seus feitos de bebedores de vinho.
  12. Existem ricaços vaidosos sem vintém que ficam à porta da taverna e insultam os hóspedes.
  13. Os hóspedes brincam sobre sofás de madrepérola no jardim; o barulho dos homens tolos está escondido deles.
  14. Apenas o taverneiro teme que o favor do rei lhe seja retirado.
  15. Assim falou o Magister V.V.V.V.V. a Adonai seu Deus, enquanto eles brincavam juntos à luz das estrelas de encontro à profunda poça negra que está no Lugar Santo da Casa Santa sob o Altar do Santíssimo.
  16. Mas Adonai riu, e brincou mais lânguido.
  17. Então o escriba tomou nota, e alegrou-se. Mas Adonai não tinha medo do Mago e seu brinquedo.
    Pois foi Adonai quem ensinou ao Mago todos os seus truques.
  18. E o Magister entrou no jogo do Mago. Quando o Mago ria, ele ria; tudo como deve um homem fazer.
  19. E Adonai disse: Tu estás enredado na teia do Mago. Isto Ele disse sutilmente, para prová-lo.
  20. Mas o Magister deu o sinal do Magistério e riu-Lhe: Ó senhor, Ó bem-amado, relaxaram-se estes dedos nos anéis dos Teus cabelo, ou desviaram-se estes olhos do Teu olho?
  21. E Adonai deleitou-se extremamente nele.
  22. Sim, Ó meu mestre, tu és o amado do Bem-Amado; a Ave Bennu não está posta em Philae em vão.
  23. Eu que fui a sacerdotiza de Ahathoor regozijo-me no vosso amor. Ergue-te, Ó Deus-Nilo, e devora o lugar santo da Vaca do Céu! Que o leite das estrelas seja bebido por Sebek o habitante do Nilo!
  24. Levanta-Te, Ó serpente Apep, Tu és Adonai o bem-amado! Tu és meu querido e meu senhor, e Teu veneno é mais doce que os beijos de Isis a mão dos Deuses!
  25. Pois Tu és Ele! Sim Tu engulirás Asi e Asar e os filhos de Ptah. Tu vomitarás uma enxurrada de veneno para destruir os trabalhos do Mago. Somente o Destruidor Te devorará; Tu lhe enegrecerás a garganta, onde seu espírito habita. Ah, serpente Apep, mas Eu Te amo!
  26. Meu Deus! Que Tua presa secreta penetre até o tutano do ossinho secreto que eu guardei para o Dia da Vingança de HoorRa. Que Kheph-Ra zumba com seus élitros! que os chacais de Dia e Noite uivem na imensidão do Tempo! que as Torres do Universo tremam, e os guardiões fujam correndo! Pois meu Senhor revelou-Se como uma serpente pujante, e meu coração é o sangue do Seu corpo.
  27. Eu sou como uma cortesã de Corinto doente de amor. Eu brinquei com reis e capitães, e fiz deles meus escravos. Hoje eu sou a escrava da viborazinha da morte; e quem desatará nosso amor?
  28. Cansado, cansado! diz o escriba, quem me levará à visão da Raptura de meu mestre?
  29. O corpo está cansado e a alma cansadissima, e sono lhes pesa nas pálpedras; no entanto está sempre presente a certeira consciência do êxtase, desconhecido, entretanto conhecido em que sua existência é certa. Ó Senhor, sê minha ajuda, e traze-me à dita do Bem-Amado!
  30. Eu cheguei à casa do Bem-Amado, e o vinho era como fogo que voa de asas verdes pelo mundo das águas.
  31. Eu senti os lábios rubros da natureza e os lábios negros da perfeição. Como irmãs elas me afagaram seu irmãozinho; elas me adornaram como noiva; elas me trouxeram ao Teu quarto de núpcias.
  32. Elas fugiram à Tua vinda; eu fiquei só perante Ti.
  33. Eu tremi à Tua vinda, Ó meu Deus, pois Teu mensageiro era mais terrível que a estrela-Morte.
  34. No umbral quedou a fulminante figura do Mal, o Horror do vazio, com seus olhos fosforescentes como poços venenosos. Ele quedou, e o quarto corrompeu-se; o ar fedia. Ele era um velho peixe enrugado, mais horrendo que os cascões de Abaddon.
  35. Eles me envolveu com seus tentáculos demoníacos; sim, os oito medos se apossaram de mim.
  36. Mas eu estava ungido com o mui-doce óleo do Magister; escorreguei no abraço como uma pedra da funda de um menino dos bosques.
  37. Eu era liso e duro como o marfim; o horror não conseguir apoio. Então, ao ruído do vento da Tua vinda, ele foi dissolvido, e o absimo do grande vazio foi desdobrado diante de mim.
  38. Através do mar semm ondas da eternidade Tu cavalgaste com Teus capitães e Tuas hostes; com Teus carros e cavaleiros e lanceiros Tu viajaste pelo azul.
  39. Antes que eu Te visse, Tu estavas já comigo; eu fui trespassado por Tua maravilhosa lança.
  40. Eu fui aturdido qual uma ave pelo relâmpago do Trovejador; eu fui varado como o ladrão pelo Senhor do Jardim.
  41. Ó meu Senhor, naveguemos sobre o mar de sangue!
  42. Existe uma profunda mancha sob o deleite inefável; é a mancha da geração.
  43. Sem, se bem que a flor dança brilhante à luz do sol, a raíz se afunda na escuridão da terra.
  44. Louvor a ti, Ó linda terra escura, tu és a mãe de um milhão de miríadeas de miríadas de flores.
  45. Também, eu contemplei meu Deus, e Sua face era mil vezes mais brilhante do que o raio. Mas em seu coração eu vi o Lento e Escuro, anciente, o devorador de Seus filhos.
  46. No píncaro e no abismo, Ó meu lindo, não existe nada, em verdade não existe coisa alguma que não seja completamente e perfeitamente feita para Teu deleite.
  47. A Luz se agarra à Luz, e a escória à escória; com orgulho uma acusa a outra. Mas não Tu, que és tudo, e além disso; que estás absolvido da Divisão das Sombras.
  48. Ó dia da Eternidade, que Tua onda se quebre em glória quieta de safira sobre o laborioso coral que fabricamos!
  49. Nós fizemo-nos um anel de branca areia reluzente, esparzida sabiamente no meio do Oceano Deleitoso.
  50. Que as palmeiras de brilho floresçam sobre a nossa ilha; nós comeremos do seu fruto, e nos alegraremos.
  51. Mas para mim a água lustral, a grande ablução, a dissolução da alma naquele ressoante abismo.
  52. Eu tenho um filhinho como um bode malandro; minha filha é como uma aguiazinha sem plumas; eles conseguirão nadadeiras, para que possam nadar.
  53. Para que eles possam nadar, Ó meu amado, nadar longe no mrono mel do Teu ser, Ó abençoado, Ó menino de beatitude!
  54. Este meu coração está cingido com a serpente que deveora seus próprios anéis.
  55. Quando haverá um fim, Ó meu querido, Ó quando serão o Universo e seu Senhor completamente engulidos?
  56. Não! quem devorará o Infinito? quem desfará o Erro do Princípio?
  57. Tu gritas como um gato branco no telhado do Universo; nenhum existe para Te responder.
  58. Tu és como um pilar solitário no meio do mar; nenhum existe para Te ver, Ó Tu que vês tudo!
  59. Tu esmoreces, tu fracassas, tu escriba; gritou a Voz desolada; mas Eu te enchi de um vinho cujo sabor tu não conheces.
  60. Ele servirá para embriagar o povo da velha esfera cinzenta que rola no infinitamente Longe; eles lamberão o vinho como cães que lambem o sengue de uma linda cortesã trespassada pela Lança de um veloz cavaleiro que atravessa a cidade.
  61. Também Eu sou a Alma do deserto; tu me buscarás ainda uma vez na solidão de areia.
  62. À tua mão direita, um grão-senhor, e formoso; à tua mão esquerda uma mulher vestida em gaze e ouro, tendo as estrelas em seu cabelo. Vós viajareis longe numa terra de mal e pestilência; vós acampareis no rio de uma tola cidade esquecida; lá vos encontrareis Comigo.
  63. Lá Eu farei Minha habitação; como para bodas Eu virei enfeitado e ungido; lá a Consumação será feita.
  64. Ó meu querido, Eu também espero pelo brilho da hora inefável, quando o universo será como uma cinta para o meio do raio do nosso amor, estendendo-se além do fim permitido do Infindo.
  65. Então, Ó tu coração, Eu a serpente de devorarei por completo; sim, Eu te devorarei por completo.

V

  1. Ah! meu Senhor Adonai que brincas com o Magister na Tesouraria de Pérolas, que eu escute o eco de vossos beijos.
  2. Não é o céu estrelado sacudido como uma folha à trêmula raptura do vosso amor? Não sou eu a esvoaçante fagulha de luz arremessada longe pelo grande vento da vossa perfeição?
  3. Sim, gritou o Santissimo, e da Tua fagulha Eu o Senhor acenderei uma grande luz; Eu queimarei por completo a cidade cinzenta na velha terra desolada; Eu a limparei da sua grande impureza.
  4. E tu, Ó profeta, verás estas coisas, e tu não ligarás a elas.
  5. Agora está o Pilar estabelecido no Vazio; agora está Asi satisfeita por Asar; agora é Hoor baixado à Alma Animal das Coisas como uma estrela flamejante que cai sobre a escuridão da terra.
  6. Através da meia-noite tu és deixado cair, Ó mina criança, meu conquistador, meu capitão cingido com a espada, Ó Hoor! e eles te acharão como uma nodosa brilhante pedra negra, e eles te adorarão.
  7. Meu profeta profetizará a teu respeito; em tua volta dançarão as donzelas, e brilhantes bebes lhes nascerão. Tu inspirarás os orgulhosos com infinito orgulho, e os humildes com um êxtase de abjeção; tudo isto transcenderá o Conhecido e o Desconhecido com algo que não tem nome. Pois é como o abismo do Arcano que é aberto no secreto Lugar de Silêncio.
  8. Tu chegaste aqui, Ó meu profeta, por graves caminhos. Tu comeste do excremento dos Abomináveis; tu te prostraste diante do bode e do Crocodilo; os homens maus fizeram de ti um joguete; tu vagaste como uma maneira pintada, sedutora com doces perfumes e pintura chinesa, pelas ruas; tu escureceste os cantos dos teus olhos com Kohl; tu tingiste teus lábios de vermelho; tu emplastraste tuas bochechas com esmaltes de margim. Tu bancaste a desavergonhada em todo portão e cada beco da grande cidade. Os homens da cidade te seguiram desejosos de te abusar e te bater. Eles mastigaram as douradas lantejoulas de fino pó com as quais tu adornaste os teus cabelos; eles fustigaram tua carne pintada com seus açoites; tu sofreste coisa indizíveis.
  9. Mas Eu queimei dentro de ti como uma pura chama sem óleo. À meia-noite Eu brilhei mais do que a luta; durante o dia Eu excedi completamente o sol; nos atalhos pouco trilhados do teu ser Eu flamejei, e desfiz a ilusão.
  10. Portanto tu és completamente puro diante de Mim; portanto tu és Minha virgem eternamente.
  11. Portanto Eu te amo com excedente amor; portanto aqueles que te desprezam te adorarão.
  12. Tu serás amorável e piedoso para com eles; tu os curarás do mal inominável.
  13. Eles mudarão ao serem destruídos, mesmo como duas estrelas escuras que se chocam no abismo e esbrazeiam num incêndio infinito.
  14. Durante tudo isso Adonai trespassou meu ser com sua espada que tem quatro lâminas; a lâmina do raio, a lâmina do Pilone, a lâmina da serpente, a lâmina do Falo.
  15. Também, ele me ensinou a santa indizível palavra Ararita, de forma que eu derreti o ouro sêxtuplo em um único ponto invisível, do qual nada se pode dizer.
  16. Pois o Magistério desta Opus é um magistério secreto, e o sinal do mestre nisso é um certo anel de lápis-lazuli com o nome do meu mestre, que sou eu, e o Olho no Meio.
  17. Também Ele falou e disse: Isto é um sinal secreto, e tu não o revelarás ao profano, nem ao neófito, nem ao zelador, nem ao prático, nem ao filósofo, nem ao adepto menor, nem ao adepto. maior.
  18. Mas ao adepto exempto tu te revelarás se tiveres necessidade dele para as operações menores da tua arte.
  19. Aceita a adoração da gente tola a quem odeias. O Fogo não é conspurcado pelos altares dos Ghebers, nem é a Lua contaminada pelo incenso daqueles que adoram a Rainha da Noite.
  20. Tu viverás entre o povo como um diamante precioso entre diamantes nublados, e cristais, e pedaços de vidro. Somente o olho do mercador justo te contemplará, e mergulhando sua mão te escolherá e te glorificará diante dos homens.
  21. Mas tu não ligarás a nada disto. Tu serás sempre o coração, e Eu a serpente Me apertarei em volta tua. Meus anéis nunca se relaxarão através dos aeons. Nem mudança nem sofrimento nem insubstancialidade te terão; pois tu passaste além de todos estes.
  22. Mesmo como o diamante brilhará rubro para a rosa e verde para a folha da roseira; assim tu permanecerás à parte das Impressões.
  23. Eu sou tu, e o Pilar está estabelecido no vazio.
  24. Também tu estás além das estabilidades do Ente e da Consciência e da Bemaventurança; pois Eu sou tu, e o Pilar está estabelecido no vazio.
  25. Também tu discursarás sobre estas coisas ao homem que as escreve, e ele partilhará delas como um sacramento; pois Eu que sou tu sou dele, e o Pilar está estabelecido no vazio.
  26. Da Coroa ao Abismo, assim vai ele único e ereto. Também a esfera ilimitada a resplandecerá com o seu brilho.
  27. Tu te regozijarás nas poças de água adorável; tu enfeitarás tuas donzelas com pérolas de fecundidade; tu acenderás flama como línguas lambentes de licor dos Deuses entre as poças.
  28. Também, tu converterás o compassante ar nos ventos de água pálida, tu transmutarás a terra em um abismo azul de vinho.
  29. Rútilos são os coriscos de rubi e ouro que ali chispam; uma gota intoxicará o Senhor dos Deuses meu servo.
  30. Também, Adonai falou a V.V.V.V.V., dizendo: Ó meu pequenino amoroso, minha gazela, meu lindo, meu menino, enchamos o pilar do Infinito com um infinito beijo!
  31. De modo que o estável foi sacudido e o instável se aquietou.
  32. Aqueles que viram isto gritaram como um formidável medo: O fim das coisas chegou.
  33. E assim foi.
  34. Também, eu estive na visão espiritual e contemplei uma pompa parricida de ateístas conjugados de dois em dois no êxtase superno das estrelas. Eles riam e se regozijavam extremamente, estando vestidos em robes de púrpura, e sua alma inteira era uma só purpúrea flama-flor de santidade.
  35. Eles não viam Deus; eles não viam a Imagem de Deus; portanto eles estavam erguidos ao Palácio do Esplendor Inefável. Uma espada afiada golpeava diante deles, e o verme Esperança retorceu-se nas vascas da morte sob os seus pés.
  36. Mesmo quando a raptura deles despedaçou a Esperança visível, assim também o Medo Invisível fugiu correndo e não mais foi.
  37. Ó vós que estais além de Aormuzdi e Ahrimanes! abençoados sois através das idades.
  38. Eles fizeram uma foice da Dúvida, e colheram as flores da Fé para suas grinaldas.
  39. Eles fizeram uma lança do Êxtase, e atravessaram o velho dragão que estava sentado sobre a água estagnada.
  40. Então as fontes frescas foram libertadas, para que a gente sedenta pudesse estar à vontade.
  41. E de novo eu fui arrebatado à presença de meu Senhor Adonai, e o conhecimento e Conversação do Santo, o Anjo que me guarda.
  42. Ó Santo Exaltado, Ó Ser além do ser, Ó Imagem Auto-Luminosa do Nada Inimaginável, Ó meu querido, meu belo, vem Tu e segue-me.
  43. Adonai, divino Adonai, lá Adonai inicia refulgente deleite! Assim eu escondi o nome do nome d'Ela que inspira minha raptura, o odor de cujo corpo confunde a alma, a luz de cuja alva rebaixa este corpo às bestas.
  44. Eu suguei o sangue com meus lábios; eu sequei Sua beleza de sustento; eu A rebaixei diante de mim, eu A amestrei, eu A possui, e a vida d'Ela está em mim. No sangue d'Ela eu inscrevo os enigmas secretos da Esfinge dos Deuses, que nenhum compreenderá -- salvo apenas os puros e voluptuosos, os castos e obscenos, os andrógenos e a s ginandras que passaram além das barras da prisão que o velho Lodo de Khem estabeleceu nos Portões de Amennti.
  45. Ó minha adorável, minha deliciosa, a noite inteira eu verterei a libação nos Teus altares; a noite inteira eu queimarei o sacrifício de sangue; a noite inteira eu balançarei o turíbulo do meu deleite diante de Ti, e o fervor das orações intoxicará Tua narinas.
  46. Ó Tu que vieste da terra do Elefante, cingido com a pele do tigre, e engrinaldado com o lotus do espírito, inebria Tu a minha vida com Tua loucura, para que Ela pule quando eu passe.
  47. Comanda Tua moças que Te seguem a que nos façam uma cama de flores imortais, para que ali a tomemos nosso prazer. Comanda Teus sátiros a que amontoem espinhos entre as flores, para que ali tomemos nossa dor. Que o prazer e a dor sejam misturado em uma suprema oferta ao Senhor Adonai!
  48. Também, eu ouvi a voz de Adonai o Senhor o desejável sobre aquilo que está além.
  49. Que os habitantes do Tebas e seus templos não boquejem sempre dos Pilares de Hércules e o Oceano do Oeste. Não é o Nilo uma água bela?
  50. Que o sacerdote de Isis não descubra a nudez de Nuit, pois todo passo é uma morte e um nascimento. O sacerdote de Isis levantou o véu de Isis, e foi morto pelos beijos da sua boca. Então foi ele o sacerdote de Nuit, e bebeu do leite das estrelas.
  51. Que o fracasso e a dor não desanimem os adorantes. As fundações da pirâmide foram talhadas da rocha viva antes do por-do-sol; chorou o rei na madrugada porque a coroa da pirâmide ainda não havia sido cortada da pedreira na terra distante?
  52. Houve também um beija-flor que falou ao cerastes de chifres, e rogou-lhe por veneno. E a grande cobra de Khem o Santo, a real serpente Ureus, respondeu-lhe e disse:
  53. Eu naveguei sobre o céu de Nu no carro chamado Milhões-de-Anos, e não vi nenhuma criatura sobre Seb que fosse minha igual. O veneno da minha presa é a herança de meu pai e do pai de meu pai; e como o darei a ti? Vive tu e teus filhos como eu e meus pais temos vivido, mesmo durante cem milhões de gerações, e pode ser que a misericórdia dos Poderosos confira sobre teus filhos uma gota do veneno antigo.
  54. Então o beija-flor afligiu-se em seu espírito, e voou por entre as flores, e foi como se nada tivesse sido dito entre eles. No entanto daí a pouco uma serpente o golpeou e ele morreu.
  55. Mas um Ibis que meditava sobre a margem de Nilo o lindo deus ouviu e escutou. E ele abandonou seus hábitos de Ibis e tornou-se como uma serpente, dizendo Talvez em cem milhões de milhões de gerações dos meus filhos eles conseguirão uma gota do veneno da presa do Exaltado.
  56. E vede! antes que a luta enchesse três vezes ele virou uma serpente Ureus, e o veneno da presa foi estabelecido nele e sua semente mesmo para sempre e para sempre.
  57. Ó tu Serpente Apep, meu Senhor Adonai, é um grão do tempo mais mínimo, esta viagem pela eternidade, e à Tua vista as marcas são de lindo mármore branco intocado pela ferramenta do gravador. Portanto Tu és meu, mesmo agora e para sempre e para sempre mais. Amém.
  58. Além disto, eu ouvi a voz de Adonai: Sela o livro do Coração e da Serpente; no número cinco e sessenta sela tu o santo livro. Como ouro fino que é batido em um diadema para a linda rainha de Faraó, como grandes pedras que são cimentadas juntas na Pirâmide da cerimônia da Morte de Asar, assim liga tu as palavras e os atos, de forma que em tudo há um só Pensamento de Mim Adonai teu deleite.
  59. E eu respondi e disse: Está feito mesmo de acordo com a Tua palavra. E foi feito. E aqueles que leram o livro e debateram sobre ele passaram à terra desolada das Palavras Estéreis. E aqueles que selaram o livro no seu sangue foram os escolhidos de Adonai, e o Pensamento de Adonai era uma Palavra e um Ato; e eles habitaram na Terra que os viajantes longínquos chamam Nada.
  60. Ó terra além do mel e das espécies e toda perfeição! Eu viverei ali com meu Senhor para sempre.
  61. E o Senhor Adonai deleita-Se em mim, e eu porto a Taça da Sua alegria aos homens enfastiados da velha terra cinzenta.
  62. Os que bebem dela caem enfermos; a abominação os têm possuído, e seu tormento é como o humo negro e espesso da morada do mal.
  63. Porém os eleitos beberão dela, e se fizeram como meu Senhor, minha formosura, meu desejo. Não há vinho ocmo este vinho.
  64. Eles se congregam em um coração ardente, como Ra congrega suas núvens ao Seu redor ao entardecer rem um mar revolto de alegria; e a serpente, que é a corôa de Ra, os envolvia com o abraço dourado dos beijos da morte.
  65. Assim também é o fim do livro, e o Senhor Adonai o envolve por todos os lados como um Raio, e um Bebedouro, e uma Serpente, e um Falo, e em meio disto Ele é como uma Mulher que segrega de seus peitos o leite das estrelas; sim o leite das estrelas de seus peitos.